segunda-feira, 18 de março de 2024

Erros - Antónia Balsinha

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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O mundo não se entende
Com os erros clamorosos
Ficando povo chorando
Com tantos homens teimosos

Com imensa desfaçatez
Só pensando no dinheiro
Reclama tudo por nada
Querem ficar em primeiro

Não reduzem pandemia
Com a guerra das vacinas
Estudos na Infarmed
Com base nas medicinas

Vai ministra da saúde
Com altos dignatários
Analisar o problema
Corações são sacrários

Redução da pandemia
Também tem incidência
Mortalidade Covid
Não parte da ciência

Vacinação positiva
Evolução nas conversas
Restrições avaliadas
Nada evolui com pressas

Com as novas variantes
Vem vacinação em massa
Há novos testes rápidos
Mas pandemia não passa

EM - A POESIA CORRE MUNDO - ANTÓNIA BALSINHA - IN-FINITA

Com força - Andreia Sofia Vale

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Não sei bem o que dizer
Só quem sente sabe explicar,
Havia tanta coisa por fazer,
Mas nada consegui acabar.

Por vezes os dias complicam,
sem eu conseguir travar,
os outros que se aplicam,
Sempre em luta a batalhar.

O sentimento de amargura
corre sem parar consumindo,
Tudo o que me deixa segura,

Mas sou forte e persistente
Luto contra o que vem vindo,
Por vezes nada contente…

EM - SENTIMENTOS DE POESIA - ANDREIA SOFIA VALE - IN-FINITA

domingo, 17 de março de 2024

Pescador - Vítor Cintra


Olhando o oceano, o pescador
Mergulha na distância o olhar triste,
Alheia-se do mundo ao seu redor
E vive da lembrança, que persiste.

É velho!... Já não pode agora tanto!...
O tempo, que o esgotou pelo cansaço,
Aumenta-lhe na alma a dor do pranto,
Que o rosto não chorou, por embaraço.

Aos netos, com saber outrora feito,
Contando vai lições, que tem da vida,
Sem nunca confessar que foi sofrida.

Cansado, o coração mantém, no peito,
Cadência de batida, Ainda assim,
Ao som do marulhar do mar sem fim.

EM - PEDAÇOS DO MEU SENTIR - VÍTOR CINTRA - TEMAS ORIGINAIS
 

Entrego-me - Sílvia Silva

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Quero-te em mim
Entrego-me... submissa
Mas...espera...e trata-me como a rainha
Que mereço.

Faz e tem-me em posse!
Possui-me, erecto e pleno...
Deixa-me, louca em gemidos
Sentidos... sentires...!

E depois, assistindo ao luar,
Descansaremos...
Abraçados!
Neste louco e bom Amor
Saudável Amor que temos.

EM - SÍLVIA SILVA - ANTOLOGIA - IN-FINITA

sábado, 16 de março de 2024

Origem da poesia épica - Jorge de Sena


Grande é a vida, quando a morte passa.

Há um consolo puro de estar vivo,
um reprimir tão doce por a ver passar,
que encobre um pouco outra grandeza,
maior, é certo, mas tão dura, tão amarga,
de estar vivendo junto dela, dentro dela, em face dela,
passando nós na estrada em que só ela fica,
senhora da grandeza que não temos
senão... eis senão quando... era uma vez... contai...

EM - POST-SCRIPTUM - JORGE DE SENA - ASSÍRIO & ALVIM
 

Fecho os olhos - Tito Lívio

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Fecho os olhos e percorro lentamente com as mãos o teu corpo 
palmo a palmo. beijo os olhos depois a boca demoradamente passo 
em seguida ao teu peito e dali mergulho nas pernas aflorando 
de mansinho a suave penugem do sexo. acaricio-te dedo a dedo 
como se as minhas mãos tivessem uma fonte que só tu pudesses 
amar. e de repente estamos enovelados um no outro não sabendo 
onde começas tu ou acabo eu enlouquecido pelas tuas carícias. 
passo a flor que te dei pelo teu corpo. e não quero conhecer outros  
que não o teu bebê-lo até me saciar totalmente.

EM - VIAGENS PELO CORPO - TITO LÍVIO - IN-FINITA

sexta-feira, 15 de março de 2024

Descida - Therezinha Lima

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Desci, escorreguei
Me segurei na borda
Mas fui caindo, me arranhando
Ferindo a alma e o coração.
Buscando encontrar vida
Com esperança
Para não morrer
A última gota de calor
Que alimenta a alma
De quem tem amor.
E nessa descida
O poço era profundo
As pedras escorregadias
Feriam os dedos
Não vi retorno para subir
E afundei na queda e na dor.

EM - LACUNAS DA ALMA - THEREZINHA LIMA - IN-FINITA

Ruas salgadas - Maria Antonieta Oliveira

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Passeio nas ruas salgadas
Pelo sal da vida
Subo e desço arribas
Pedras trazidas nas marés cheias
Soltas, caídas, erguidas
Espelhadas nas calmas areias
A brancura alva da espuma trazida
Fica retida qual renda de lençol de noiva
Num enxoval esquecido.

Perco-me na imagem
Ficará para sempre retida na mente
Onde te guardo
E me guardo
E sou feliz.

EM - QUANDO O CORAÇÃO FALA - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA - IN-FINITA

quinta-feira, 14 de março de 2024

Pedaços de vontades - Maria Cabana

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Uni o pensamento à gratidão, 
Senti vontade de sorrir. 
Naquela solidão, 
Era o que ele queria ouvir. 

E assim nasceu a amizade, 
De um sentimento versus sentimento. 
Que só queriam liberdade, 
Por viverem em isolamento. 

Os sorrisos contagiantes, 
São pedaços de vontades, 
Não querem viver distantes, 
Nem findar as validades. 

Fazem eles viagens 
De sentires emancipados, 
Há entre si paragens, 
Mas nunca estão afastados.

EM - A CASA VERDE ESPERANÇA - MARIA CABANA - IN-FINITA

Sonho Real - Alan Dornales

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Te vi com o canto dos olhos e não pisquei
Bochechas avermelhadas
Pés sobre o passeio (calçada)
Disfarcei, sorri e não disse nada
Teu cheiro me fez viajar
Congelei o mundo inteiro
Foram poucos segundos pra te admirar
Teus suaves passos
Tão bela e serena
Paisagem mais linda de se olhar
Os raios do sol sobre teus cabelos
Levou-me à um sonho que eu não queria jamais acordar

EM - GRITO ANÔNIMO SILENCIOSO - ALAN DORNALES - IN-FINITA

quarta-feira, 13 de março de 2024

Desemprego - Antónia Balsinha

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Emprego sem ser certo
Desemprego à vista
É o salve quem puder
Ou fica numa lista

Numa lista d’ espera
Tal como evangelho
Crescendo lentamente
Até doer joelho

Com o tele trabalho
Mudança de emprego
Tudo periclitante
Chega desassossego

Com o trabalho certo
Ordenado sem graça
Muita gente com fome
E sem comida passa

Estudos demonstram bem
Emprego não existe
Para muitas mulheres
Nesse viver tão triste

Mercado de trabalho
Em tempo de pandemia
Está tudo fechado
Tudo em sintonia

Muitas pessoas mudam
Mudam constantemente
Pra ter bom ordenado
Com ganho consciente

EM - A POESIA CORRE MUNDO - ANTÓNIA BALSINHA - IN-FINITA

O Meu Vazio - Andreia Sofia Vale

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O meu sentimento é enorme
E tenho de transmiti-lo a alguém
É um sentimento uniforme
E quero sentir por ninguém.

Vou continuando à procura
Deste alguém sempre lembrado
Esse que vai mostrar a cura,
Para o meu desejado.

Se não o encontrar, depressa
Não vou desistir, desapareça
Em luta vou continuar

Para que alguém me possa amar
Realizar todas as minhas fantasias
Para que tudo acabe e me sorrias!

EM - SENTIMENTOS DE POESIA - ANDREIA SOFIA VALE - IN-FINITA

terça-feira, 12 de março de 2024

Em ti... - Vítor Cintra


Em ti se engrandece a vida!
Em ti se repete o mundo
E, num confronto fecundo,
Em ti começa a subida.

Em ti se resume a esp'rança!
Em ti se vive o futuro
E, num impulso seguro,
Em ti se faz a mudança.

Em ti a paz acontece,
Com grande sagacidade
E toda a tranquilidade.

Em ti a luz aparece,
Em cada olhar, cada gesto,
Por mais que seja modesto.

EM - PEDAÇOS DO MEU SENTIR - VÍTOR CINTRA - TEMAS ORIGINAIS

Que Germinem - Sílvia Silva

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As bênçãos só são melhores quando divididas
E assim, como frutos de bondade que são...
Multiplicam.

Que em amar, na amizade e no amor
Germinem.

EM - SÍLVIA SILVA - ANTOLOGIA - IN-FINITA

segunda-feira, 11 de março de 2024

Acção de graças - Jorge de Sena


Às vezes, com minha filha no chão junto de mim,
fecho os olhos numa acção de graças...

Mas logo ela galreia,
nem isso me consente.

E regresso um pouco triste a uma alegria imensa.

EM - POST-SCRIPTUM - JORGE DE SENA - ASSÍRIO & ALVIM
 

Epílogo - Tito Lívio

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Que eu tenha sempre a capacidade de te surpreender. 
De te agradar e ser por ti desejado.

EM - VIAGENS PELO CORPO - TITO LÍVIO - IN-FINITA

domingo, 10 de março de 2024

Ausência - Therezinha Lima

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Eu fui à tua vida
Passei na tua vida
Senti a tua vida
E acabei sem vida.
Hoje, com frio, sem calor
O meu colo vazio
Sem mãos que o acariciem
Sem braços para abraçar
Sem lábios para beijar.
E assim vou seguir
Querendo seu amor
Buscando, sem encontrar
Você para amar.

EM - LACUNAS DA ALMA - THEREZINHA LIMA - IN-FINITA

Ondas - Maria Antonieta Oliveira

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Verde, branco, castanho
Castanho, branco, verde
Verde, branco, castanho
Castanho, branco, verde
Vai e volta inconstante
Mais uma…
Lá vem ela
Verde, branca, encaracolada
Enche, esvazia
E o meu olhar se delicia
Calma e tranquila
Ou, astuta e matreira
Borbulhas na espuma
Que te pica o sal

Castanho, branco
Branco, castanho
O verde, perde-se além
Fica lá longe, não vem
E eu na areia perdida
Anseio a tua chegada
Há muito esquecida.

EM - QUANDO O CORAÇÃO FALA - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA - IN-FINITA

sábado, 9 de março de 2024

O meu frágil batel - Maria Cabana

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Em ti mar, fui marinheira, 
Velejando no meu batel 
Todo feito de papel, 
Na carência da madeira. 

O teu sal ao corroer, 
O meu frágil batel, 
Me oferece um sabor a mel 
No alimento a trazer. 

Tuas ondas de verde bronze, 
Zangadas em dias de tempestade. 
De quando em vez, tua tumba se abre. 
Não te importa quando e onde. 

Ao pôr do sol és criança, 
Que nos sorri com ternuras. 
Sobre tuas águas fomos em busca de aventuras, 
Para lá do Cabo da Boa Esperança.

EM - A CASA VERDE ESPERANÇA - MARIA CABANA - IN-FINITA

Óptica Intrínseca - Alan Dornales

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A sentinela do corpo gelado, estático
Sem olhos nem faróis
Contempla o belo capricho de nós
Servindo de pombo correio, avisa, extravasa
Abusa da intuição e aplica sentença
Deixando de lado o valor da presença
Do calor, do fervor do sangue
Da sina eleição do destino
Descartando as regras e métodos
Talvez cansado da fatídica repetição
Falta discrepância
                           Irresponsabilidade
Acenda uma fogueira à beira-mar
Corta lenha, deixe o violão tocar, adentrar
Alma escura, solitária e ensopada
Infiltração de ar puro
Falta fatos concretos
Argumentos fálidos, incompletos
Põe uns óculos novos
Aumente a graduação (grau)
Contemple o belo de outrem com vistas alvas
Remodele o simples

EM - GRITO ANÔNIMO SILENCIOSO - ALAN DORNALES - IN-FINITA