segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Alfa – ROSE CALZA

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puxo  fio ardiloso...
ecos, histórias.
embaralho
restos na ouija
adivinhatória. são 6
da tarde. o amor , rei
vale treze, sai da mão
queima na estante,
estala o contorno,
do corpo; a pele
úmida, pinga poros.
me distraio, só mais
uma cartada. jogo ou
chamo mortos?
reflexos , aluvião
em franjas, você:
frame , se repete
fixo , desconserta.
você não é:
pipa no ceu –  sim ,
chuva de origamis,
não tem pés –  raízes,
é do desejo, a baba,
não é ensaio,
é  triunfo,  na noite de
estreia . são 4 da manhã.
você ronda , alcateia;
espreita, conhece o
orifício  e vem.
próximo, intruso,
habitué, escancara
a porta; você vê
o perigo? eu não.
cega me mantenho,
tateio o monumento
que se instala. você,
ereto, vive, vibra
abusado,  pede
e eu, mesmo
em colapso,
inorgânica,
me abro.

EM - VERSO & PROSA - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Cisco no olho - ZENILDA RIBEIRO

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caiu um cisco no meu olho
fez rolar lágrimas
não consegui ver o cisco
deixei a lágrima rolar
e lavar o olho e o olhar
era só mais um poema
que estava prestes a brotar.

há ciscos que trazem poemas
há poemas que nascem de ciscos
que fazem chover
pra molhar o chão
pra semente brotar.

a poesia é semente
às vezes regada com lágrimas
que vem da fonte interior.

EM - ECOS BRASIL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

Criação - CHÁ RIZE

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É parir
Produzir
Partilhar
Devolver
Criar
É Processo
Ato
É tempo ofertado
É entrega
Coisa nova
Energia Secreta que transforma
Dança kundali
Amor
Energia Cósmica
Tem paixão
Doação
É ser UNO
Em Ação
Criação
Eu SOU

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A vida não é um mar de rosas - TILÓ HENRIQUES

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A vida não é um mar de rosas...
A minha também não...
Talvez eu devesse dizer: ainda bem!...
É uma vida normal a cumprir-se
na estação que atravessa...
A noite escura da vida é dura...
As mágoas me fazem andar sobre as águas...
É o aprender a cair e erguer...
É o chorar e cantar...
Levantar sorrir e seguir...
Eu sei que ninguém te quer ouvir...
Ninguém gosta de lamentos...
A maior parte das pessoas
Vivem alienadas na mentira...
E fingem que tudo vai bem
O que importa é o que parece...
Sepulcros revestidos de vaidade...
Lá dentro a maior escuridão e solidão...
Por isso em cada dia tento semear a luz o canto
e a música em meu coração...
Ter um olhar claro e pintar de borboletas o outono...
E tornar a alma leve como algodão doce...
É o sublimar a dor até à plenitude do amor...

EM - ECOS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Marta - CRISTIANO CONSTANTINO

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nordestina arretada
no auge da melhor idade
dona do poema da buceta
que (des)conserta a tal direita

quando põe suas tamancas
despe-se das inseguranças
e sem papas na língua
peita até cabra machista

mulher que defende mulher
e pouco importa a rapariga
que dá voz à minoria
a quem a sociedade silencia

esta é Marta, uma amiga
uma ganda inspiração de amiga

EM - CAUSOS DE QUARENTENA (OR QUARANTINE POEMS) - CRISTIANO CONSTANTINO - IN-FINITA

Sem você - CECÍLIA SOUSA

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Nos declínios da vida
Que me fazem refletir
Nas lidas diárias
Nas ondas do mar
Nos pores do sol
Nos clarões da lua
Nas noites solitárias
Nas madrugadas frias
Nas incertezas do amanhã
Tudo isso me faz refletir
Sobre o futuro sem você.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A canga - ROSÁRIO PEDROSO

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Sempre a mesma canga!
O toque ácido das azedas.
Não sei de ti
nem do poiso musical na ramaria.
Sempre a mesma canga!
- 2 graus.
O cão a comer a erva.
Sempre a mesma canga!
A liberdade dos caminhos antiquíssimos
a tomada do capitólio.
Sempre a mesma canga!
A silhueta inacessível
o manto azul estendido pela albufeira
a represa das palavras.

EM - ECOS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Versos indigestos - INÊZ OLUDÉ DA SILVA

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meu caderno
é engolidor de versos
quando come demais
eu me irrito
ele me controversa
eu lhe Valladolido

meu caderno
engole um reverso
eu arroto com força
um verso travesso
e ele me vomita
um verso indigesto
ele é que sempre
ganha na peleja
no desafio
na cantoria
na poesia
com ou sem
pé-de-parede

EM - OS POEMAS QUE O DIABO AMASSOU - INÊZ OLUDÉ DA SILVA - IN-FINITA

Outros verões – RITA QUEIROZ

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Naquele verão,
Os sonhos voavam.
Como Ícaro,
Despencaram, sem asas.
O vento arremeteu,
Soprou novas direções.
Hoje sou pássaro,
Ninho imaginário
De versos ritmados
Sem esperas do tempo
Que chora e ri e brinca
De fazer corações florirem
No compasso de outras valsas
De outros verões
Sem lágrimas.

EM - VERSO & PROSA - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Procura-se um bom - TANIA DE MELO

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Quando encontrar alguém bom
Deve cuidar como peça rara
Como se fosse uma joia cara
Saborear como um bombom
O bom não é fácil de encontrar
Pode perceber pelo doce olhar
Pelo esforço de sempre agradar
O cuidado de jamais magoar
Tem um belo sorriso aberto
Suas palavras tem consistência
Gosta de fazer tudo certo
Até com atitudes de inocência
Tratas as pessoas por igual
Não aceita preconceitos
Nunca trata ninguém mal
Sua sinceridade é normal
Da sua boca só sai verdades
Não aceita desonestidades
Fica longe dos imprudentes
E de quem vive de vaidades
Esse bom será na realidade
Um amigo de cumplicidade
Ou um grande amor de verdade

EM - ECOS BRASIL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

O céu é o limite - CECÍLIA SOUSA

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Pensar em ti
É a melhor razão para ser feliz
Os dias sem você são tristes
As noites, mal consigo dormir
As lembranças não saem da minha mente
Sei que já me esqueceu
E eu, o que faço para não pensar mais em ti?
Angustiada vivo, dia após dia
Com você em meus pensamentos

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Filma – RITA PINHEIRO

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Qual é?
Ouviu o recado?
Dá uma chance pra nós...
É ruim heim!
Seu possante
Tem vidro blindado
Tu não pega buzu cara
Nós assalta nós.
Facção, Facção, Facção .
Não é de loja
Não é de grife
Você vem na malicia
Do lado de cá
é milícia
nós obedece
E reza...
Qual é?
Ouviu o recado?
Dá uma chance pra nós...
Seguidos no shopping
Estrangulados no supermercado
FILMA!
Ninguém se mete .
FILMA!
Não vai dá em nada.
FILMA!
Leva pra casinha
Mãe chora
Nós queima pneu
Faz camisa
Nós não esquece.
FILMA!
Qual é?
Ouviu o recado?
Dá uma chance pra nós ...
FILMA!

EM - VERSO & PROSA - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Ariana - SANDRO AMARAL

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E em meio a teus penedos,
teus rochedos e escarpas,
meu corpo escorrega e escapa
de tuas mãos e dos teus dedos.

E busco o mar do teu coração
E adentro o fundo do peito
Tentando encontrar um defeito
Tolo sou, és o ser em perfeição.

Ariana beleza
Mulher de destreza
Ser em extinção.

Aquieto-me calado
Sonhando ao teu lado
Toca assim, a mais bela canção.

EM - ECOS BRASIL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

Olhar sobre a poesia - CECÍLIA PEIXOTO

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Quando a poesia faz alguém sorrir
Quando a poesia faz alguém recordar
Quando há identificação com a poesia
O compasso do coração é esperança.

Alegrar crianças, adolescentes e adultos
Através de graças, reflexões e ensinamentos
O poeta fala através das palavras ao coração
Seja no mundo da realidade ou ficção.

A poesia pode colorir a vida
A poesia pode aquecer os dias de chuva
A poesia pode criar e fortalecer laços.
A poesia pode substituir os abraços.

A poesia pode ser protesto
A poesia pode ser denúncia
A poesia pode enaltecer o amor
A palavra, para exprimir alegria e dor.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Alma – RITA BENTES

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Encantos da Alma
Que perdidos vemos
Na sombra de um mundo que morre
Lentamente aos olhos de quem vê
Sobejando a vida que não corre,
Sem cor e harmonia!
Encontros da Alma que sucumbe,
Perdida no meio de tantas,
Longe do que se espera...

EM - VERSO & PROSA - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Equinócio - RODRIGOSBA

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como a tundra adormecida
em ártico invernal
padeci sob os meus pensamentos

então em degelo, revigoro-me:
lobo a desvendar caminhos
há muito desaparecidos

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Infância com Vó - CECÍLIA PEIXOTO

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Minhas lembranças da infância
Sempre tem a figura marcante de vó
Colo recheado de afeto companhia diária
Mimos, sabores da inesquecível culinária.

Cuscuz de fubá, galinha ao molho pardo
Quiabada, pirão d’agua, carne seca frita
Efó, feijão verde, cozido, suspiro, cocada
Feijoada em panela de barro e bananada.

As crianças não podiam ser desobedientes
Evitar fuzarca, serem maluvidas e causarem aperreio
Condição para se deliciarem com: compota de araçá,
Licuri, cavaco, suco de umbu, manga ou cajá.

Ao cair da noite, o céu bordado de estrelas
Tirar a palha, limpar o milho para assar
O abanador ateava o carvão no fogareiro
O calor aumentava com as chamas do braseiro.

Nostalgia que invade o peito de saudade
Do aconchego de vó, a inocência, os cheiros
Hoje não escuto mais oxente, vixe e inté
A modernidade substituiu tudo por “qual é?”

Apesar do avanço das datas no calendário
Preservar nossas lembranças é fundamental
Guardadas no papel, no coração ou memória
São nossa identidade, partes da nossa história.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Não, não quero, juro que não - MARIA DO VENTO

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Não, não quero, juro que não
Os teus silêncios barulhentos
que gritam surdos violentos
frieza que te habita e domina
que reina de um trono supremo
onde o mesmo a todos submete
a meros vassalos curvos, curvados
mudos no peito contrito ferido

Não, não quero, juro que não
renego esse corpo de pedra
gelado no toque, seco no beijo
Engenhosas batidas, secas
mecânico ritmo, mecânico!
Mas eu sou de carne, viva
Que chora e que sangra
Em silêncio meu grito perdido.

Não, não quero, juro que não
Ser sombra vazia, a calada
E muda aceita esta condição
percorro corredores e cantos
roço paredes de lágrimas secas
de cale a pela branca, a dor
Lívida raiva, que pede justiça
Liberta o ser a quem negas amor!

EM - ECOS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Alvoradas - RITA QUEIROZ

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Nascedouro de sonhos
Sinas se combinam
Fluem vidas

Desolação

Terra queimada
Vidas por um fio
Políticos se digladiam

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O meu nordeste - CECÍLIA OLIVEIRA

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O meu sertão querido.
Precisa de atenção,
Trabalho e irrigação,
Para o pobre sofrido.

E no cariri nordestino.
Precisa de mais chuva,
Dignidade e respeito,
Trabalho e fartura.

E nas terras do meu nordeste.
Lugar de gente forte.
O povo plantar,
E o que semear,
Dividir com o irmão.
Ter amor no coração.
E muita força para lutar.

E quando chegar a colheita.
No mês de Junho querido.
Fazer pamonha e canjica,
Comer feijão e milho.

Depois de comer com alegria.
Rezar para os santos queridos,
São João, São Pedro e Santo Antônio.
E dançar forró e quadrilha.

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Dois pratos da balança - MARIA CABANA

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Deito fora o que sinto
Deito fora o mau agouro
Deito fora eu não minto
Deito fora ou estouro.

Deito fora a gritar
Deito fora sem piedade
Deito fora a vomitar
Deito fora a sanidade

Deito fora esta idade
Deito fora este tempo
Deito fora a leviandade
Deito fora sem um lamento

Deito fora sem ajuda
Deito fora agora ou nunca
Deito e algo muda
Deito fora, lavo a nuca

Deito fora este pranto
Deito fora a falsa dança
Deito fora a ver se aguento
Os dois pratos da balança!

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Catarina - CRISTIANO CONSTANTINO

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Cata, Cata, Catarina
que graciosa esta menina
cria do mundo
cria das Olinda

Cata, Cata, Catarina
tua excentricidade que fascina
eu, tu, eles
ali na mesma sintonia

Cata, Cata, Catarina
ai que saudade das Olinda
encontrar no ateliê de Iza
saciar a fome com pizza

EM - CAUSOS DE QUARENTENA (OR QUARANTINE POEMS) - CRISTIANO CONSTANTINO - IN-FINITA

Minhas ramas - CARMEN LÚCIA DE QUEIROZ PIRES

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não pensei em espalhar meu povo
nem no litoral nem no sertão
achei que iam ficar no agreste
de onde vinha minha inspiração

as coisas aconteceram de repente
no cochilo do Sol, na piscada da Lua

fincou-se na caatinga
uma rama do meu coração
nos pés da velha Serra Talhada
entre o rio Pageú
e o pico mais alto do sertão

noutras tantas léguas
embreou-se nas terras do ilustre
João Pessoa
sob o encanto de nova era
a minha rama mais brasileira

fiquei na minha terra mauriceia
onde o rio vai bater no meio do mar
e onde as águas de Olinda
as mais cristalinas regam a flor
da rama que ficou no meu pomar!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Escrevo - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

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Escrevo estas linhas em branco
Sem palavras, virgulas ou pontos finais
Afirmo aqui o que sinto, ou não,
Soluços saídos do coração
Lágrimas ditadas da saudade
Passos, espaços em ruas
Pedras soltas, retiradas, atiradas
Deixo sonhos sem noites dormidas
Vestidos, chapéus, desditas
Removo montanhas de areia
Trazida pelo vento suão
Renovo votos de solidão
E escrevo em desabafos
Os bafos deixados em mim.

EM - ECOS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Poesia é isso e aquilo - INÊZ OLUDÉ DA SILVA

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poesia é obsessão
poesia é mais que vício
e uma alegria e feitiço

quem se angustia
com sua cria
não vive a vida
do dia a dia

não ama a vida
nem a folia
gosta do trampo
mas se desvia
o resto só se explica
pela vã filosofia

EM - OS POEMAS QUE O DIABO AMASSOU - INÊZ OLUDÉ DA SILVA - IN-FINITA

Fosse eu novamente – PRECIOSA COVAS

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Fosse eu novamente os teus olhos acesos, 
o instante do incêndio partilhado. 
A nascente das tuas palavras em que 
me embrulhava. 
A gota frágil que no teu mar mergulhava.
O teu céu, aquela imensidão de vida em que 
o piscar dos teus olhos
incendiava os meus. 
 
Fosse eu novamente 
a declaração de um amor maior,
no reflexo da lua cheia em que as horas 
se perdem no tempo do brilho das estrelas. 
A serva das tuas madrugadas num voo
até ao nascer do sol. 
 
Sustento-me da recordação 
do sabor dos teus beijos,
dos fragmentos de ti no poema inacabado, 
escritos na pele em palavras de solidão 
onde já não moro.
 
Poema por declamar.
 
Vago-me de mim própria, 
nos silêncios das palavras, 
nas melodias que ficaram a 
tocar os meus sentidos. 
 
Fosse eu novamente 
vida em ti.

EM - VERSO & PROSA - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Com que versos eu me visto? - PIETRO COSTA

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Nasceu de um parto bastante tenso
Que resultou no maxilar fraturado,
Em uma paralisia facial do lado direito
E na criação de apelidos debochados

Sua adolescência não foi nada amigável
Mas superou o fato e não ficou estagnado
No amor e na música, molejo admirável

Em conversas de botequim
Com o violão e o bandolim
Fez odes à insônia e à boemia
Em notáveis letras e melodias

A vida noturna do Rio de Janeiro
Exaltada no seu estilo mais brejeiro
O filósofo do Samba que não vacila
O inenarrável e brioso bamba da Vila
Expôs mudanças culturais e políticas

Por um mundo melhor,
ressoa o devaneio lúdico, que grita
No pormenor de cada cifra,
o desassossego perante toda tirania

Mazelas sociais, crimes, incompetência
Tudo cantado com humor e irreverência

Diante de tudo isso, amigos,
O que me cabe, afinal, é indagar:
Com que versos eu me visto,
Para este saudosismo compensar?

EM - ECOS BRASIL - COLECTÂNEA - IN-FINITA