segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Libertei meu segredo num poema - MARIZA SORRISO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA POETA MARIZA SORRISO

Guardei um silêncio por anos
Acho que por mais de cinquenta
Hoje minha felicidade é plena
Libertei meu segredo num poema.

Propalei-o para todo o mundo
A criança interior de felicidade não se aguenta
Um medo, um desejo, uma agonia
Um pesar transformado em poesia.

Quando ainda era bem pequena
Inaugural paixão me aconteceu
Me enamorei, platonicamente, por um brinquedo
E ele ao meu, e eu ao seu, coração se prendeu.

Tive vontade de roubá-lo e fugir
Retê-lo todinho pra mim
Entretanto, nosso amor de infância
Duraria o tempo de um olhar
E mais de meio século de lembrança.

EM - ENTRE O SAMBA, O FADO E A POESIA - COLECTÂNEA - DOWSLLEY EDITORA

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Levanta-se o mar* - ALVARO GIESTA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR

Levanta-se o mar
no grito
da gaivota
quando o sol resplende os raios
no espaço água e sal
da manhã;

esventra a luz
o silêncio e a sombra
do corpo de pedra;

a boca
espreita no medo
o grito
estremecido das marés

Tremenda
a noite temente
desabou o sonho,

e o susto

despoja-se no medo das ruínas
da sombra
que o sol dissolve
no grito da manhã

EM - UM ARBUSTO NO OLHAR - ALVARO GIESTA - CALÇADA DAS LETRAS

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Rude besta - ALICE SANTOS

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA

Rude besta que matas sem piedade
Encontras nessa maldade
Um refúgio de crueldade.
Devora, espuma-te na lama,
Fazes da escuridão a tua cama.
Devora as entranhas, consome-te de ódio
Alimenta-te da angústia e deita-te com o demónio.
Consomem-te as chamas inferno insolente,
Vai, reage, elimina essa gente.
Pára com isso, tu não és assim,
Tu és mais doce meiga.
Enfim!
Não é isso que queres fazer parecer,
Não és esse ser.
Acalma-te e regressa a mim
Vem, deita-te aqui
Podes chorar agora, já chegou o fim.

EM - FRUTOS VERMELHOS - ALICE S - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Condenação e liberdade - DILERCY ADLER

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA POETA JACQUELINE AISENMAN

Somos todos condenados,
pagando pena em vida ou não.
Somos todos condenados,
vivendo em cárceres privados ou não.
Somos todos condenados,
e a liberdade é só uma bela ilusão,
e a maior de todas as penas
é a morte certa decretada
por homens ou não!...

EM - VARAL ANTOLÓGICO 5 - ANTOLOGIA - DESIGN EDITORA

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Pérolas - HELDER NETO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA EDITORA

São os teus olhos
pérolas do mar,
do teu mar
onde o nosso amor
se elevou ao universo
de todos os desejos
e em lençóis de linho
os nossos corpos
respiraram êxtases
em noites intermináveis
como amantes da poesia.

EM - AMANTES DA POESIA - ANTOLOGIA - UNIVERSUS

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Vértices da noite - FERNANDO JORGE BENEVIDES

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR

Na penumbra da saudade
segredo às ondas do mar
num respiro de ansiedade
para o meu choro deixar
e na íris do meu olhar
faço promessas ao luar

A noite convida-me
o mar escuta-me
falo de um amor
que trago guardado

E no anseio dos meus medos
no enroliçar da maré
deixo os meus segredos
para que na boca do mar
eu possa confiar
o meu guardar.

EM - VÉRTICES - FERNANDO JORGE BENEVIDES - EDIÇÕES OZ

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Riacho - OLINDA BEJA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA

és o sol és o luar
que atravessa meu corpo nu
em tua mão deitado
és fonte e és regato do meu prado
sacias a sede
que o meu ser confessa que tem de ti
nas horas em que ao lado da vida
nada há
nem a promessa de um arco-íris
no meu chão alado nem a luz de um beijo
que eu te peça

talvez um dia quem sabe
ainda eu possa
dar-te o meu sol
e pô-lo em tuas mãos iluminando a vida
que é tão nossa

cheia de amor
de sonhos de miragens... talvez
ainda um dia
meus segredos vãos se juntem a ti, meu amor
noutras viagens!

EM - CRUZEIRO DO SUL - OLINDA BEJA - EL TALLLER DEL POETA

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Antecipação - CARMEM TERESA ELIAS

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA POETA MARIZA SORRISO

Se os lábios ainda anseiam um último beijo
Difame o tempo!
Cubra-me de Lua
Em noite vazia de estrelas.

Há sempre um instante de recomeço
Antes do desperdício
Antes do choque do orvalho com o dia
Quando a saudade se antecipa ao adeus...

EM - ENTRE O SAMBA, O FADO E A POESIA - COLECTÂNEA - DOWSLLEY EDITORA

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Peste - JACQUELINE AISENMAN

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA

Tudo morreu.
Nada permaneceu.
Pelo menos aqui.
Foi como a peste,
destruiu tudo,
matou tudo,
acabou com tudo.
Quem diria
que um dia
o sentimento foi de amor?

EM - PINTURA INGÉNUA - JACQUELINE AISENMAN - DESIGN EDITORA

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Freixo de Espada à Cinta - VÍTOR CINTRA

Se foi "Feijão", ou não, quem te fundou,
Te fez ser povoado, desde antanho,
Jamais o saberemos, mas restou
A lenda, património do nortenho.

Se Dom Afonso Henriques te outorgou
Foral e te mandou erguer muralhas,
Foi porque o rei vizinho cobiçou
As leiras e lameiros, que trabalhas.

Ainda assim Afonso de Leão
Tomou de assalto a nova construção
E sujeitou também o povoado.

Mas, reagindo, o reino português
Reconquistou a praça e, desta vez,
Tornou mais forte o troço amuralhado.

EM - RUÍNAS DA HISTÓRIA - VÍTOR CINTRA - LUA DE MARFIM

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Cidades mecânicas - CARLOS VAL

Levanto a cabeça e deixo o corpo mergulhar no asfalto
Deste silêncio de água e de poeira
Onde as gorgónias crescem sem se vestirem de negro
As mãos acendem-se numa dança instável
No nomadismo das metrópoles envelhecidas

Pressinto a vaidade colar-se-me
Nos subúrbios da alma numa espiral
De flores mortas em bicos de pés
Com medo de acordar o jardim dos narcisos
Que saqueei das cidades mecânicas

EM - NONO SENTIDO - CARLOS VAL - TEMAS ORIGINAIS

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

4 haicu - CASIMIRO DE BRITO

37

Sei tanto dela
como ela de mim. Entramos,
cegos, um no outro

73

Nasço de novo.
O teu amor expulsa-me
para o outro mundo

137

Em ti me debruço
e ardo. Qual de nós, amor,
pegou fogo ao outro

173

Se tanto me amas
derrama-te, meu amor,
no meu corpo em chamas

EM - EROS MÍNIMO - CASIMIRO DE BRITO - LUA DE MARFIM

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Fantasma preso na gaiola da vida - LURDES DIAS (CLEO)

Foi o tempo que me prendeu aqui
Nesta ruína abandonada
Na ala do esquecimento...

Gritei bem alto
Mas o som não saiu
Agitei os braços
Mas ninguém me viu...

Não sei de é noite ou dia
Se o mundo ainda gira
Sou um fantasma solitário
De uma vida roubada...

Talvez já se tenham passado séculos
Ou até milénios...
Não tenho relógio
Nem memória
Sou um ente sem ser
Que do ser doente saiu...

EM - IN PULSOS - LURDES DIAS (CLEO) - TEMAS ORIGINAIS

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Os montes...* - AMADEU BAPTISTA

Os montes, a incandescência pura
sobre a qual se demoram os olhos,
são a única conjuntura que o poeta
pode invectivar, com a ajuda dos ventos

e dos deuses. Os montes gelam
por esse desassombro e confluem
sobre os arroios que a terra cria,
havendo o sortilégio e o mistério

que, além do horizonte, reverdece.
E assim volta o poeta à casa exígua
onde exuma o poema, fazendo da memória

a sua rua breve, quando o tomilho amargo
invade o adro e, aos campanários,
as aves voltam.

EM - ATLAS DAS CIRCUNSTÂNCIAS - AMADEU BAPTISTA - LUA DE MARFIM

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Quase - VIRGÍNIA DO CARMO

Quase desisti
De germinar

Na infância
Do meu corpo
Intocado
Quase me esqueci
De florescer

... Quase não fui...

... Quase não quis...

Mas eis que em mim
Caiu
A água dos teus olhos

E na ressonância do teu nome
Me refiz

EM - SOU, E SINTO - VIRGÍNIA DO CARMO -.TEMAS ORIGINAIS

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Tenho a língua suspensa...* - GISELA RAMOS ROSA

Tenho a língua suspensa nas margens da página
sinto-a como uma barca que embala
sílabas afectos densas utopias

procuro-a cerzida de mel e água e deslizo
ao desenhar janelas asas pontes e gaivotas

tenho a língua suspensa nas margens
de um sabor longínquo de saliva e pétalas
onde busco a palavra e o pão

há gestos na língua onde encontro um sol
arquiteto da sombra onde esbato sentenças
opacas

tenho ainda uma rosa e um cravo na língua
com que teço os filamentos da fala
e reclamo o mistério do verbo

EM - TRADUÇÃO DAS MANHÃS - GISELA RAMOS ROSA - LUA DE MARFIM

sábado, 13 de fevereiro de 2016

A ponta dos dedos* - ALVARO GIESTA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR

A ponta dos dedos
durante muitos anos guardou
a palavra
no frio da ignorância
e do esquecimento

Arrefeceu...
congelou a mente,

e já no cair tardio
do dia
veio o calor do riso...

e neste dicionário chamado nada
nasceram
árvores de sol
com raízes chamadas
esperança,

romperam do subsolo
as pedras
para a construção do sol
no edifício da luz

Neste rio de palavras
nasceu
o poema
como um arbusto no olhar

EM - UM ARBUSTO NO OLHAR - ALVARO GIESTA - CALÇADA DAS LETRAS

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Coração que sangra - ALICE SANTOS

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA

O meu coração sangra
Cada vez que sente a indiferença.
Cada vez que olha e vê o que não quer que seja realidade.
Dividir o amor com outra pessoa,
É tortura,
É crueldade.

Sangra por não te ter como dele.
Por não partilhar o mesmo amor
Nem a mesma intensidade.
Por não ser compreendido,
Tanta escuridão, tanta dor.
Que horror!

Quem sabe, um dia,
Me olhes e vejas o quanto te amo
E deixarei de me sentir perdida,
E serei tua,
É o meu maior desejo
É o que tanto quero e espero.

EM - FRUTOS VERMELHOS - ALICE S - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Alforria - ANNA MARIA FERNANDES

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA POETA MARIZA SORRISO

Atrás de portas me escondia
Cingida pelo bolor da vida
Soletrando neste espaço
Linguagens descobertas
Gotejantes de feridas
Atrás de portas semi-abertas
Soturnas aos suicidas
Forjei em sonhos a guarida
E atentei mais o juízo
Num tempo vero e escasso
Atrás de portas a poesia
Legou-me carta de alforria
Crivei além de onde piso
Berço e túmulo de igual laço
Ao me projetar fantasias.

EM - ENTRE O SAMBA, O FADO E A POESIA - COLECTÂNEA - DOWSLLEY EDITORA

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

pedra pedra...* - OLINDA BEJA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA

pedra a pedra reconstruí o muro
ergui o poema
harmonizei a voz
plantei buganvíleas cor-de-sangue
cor-de-fogo
cor-de-vida

pedra a pedra reconstruí o muro
ergui o poema
harmonizei a voz
plantei maracujás cor-de-esperança
cor-de-martírio
cor-de-sonho

pedra a pedra reconstruí o muro
reconstruí o poema
reconstruí a voz
e ergui o sangue
o fogo
a esperança
a vida

EM - CRUZEIRO DO SUL - OLINDA BEJA - EL TALLER DEL POETA

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Torpor - DILERCY ADLER

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA POETA JACQUELINE AISENMAN

As pernas enfraquecem,
o corpo desfalece,
aguda dor por falta de ar.
O coração bate forte no peito,
a garganta encurrala o grito de dor,
não o deixa sair;
som algum sai da garganta!

Anoitece
depois amanhece,
e tudo permanece igual,
exactamente igual
a esse trágico ontem!

EM - VARAL ANTOLÓGICO 5 - ANTOLOGIA - DESIGN EDITORA

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

8 - XAVIER ZARCO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR

habita-me uma sombra
com vozes dentro
ecos de um tempo que não o meu
velas enfunadas
que regressam e partem no silêncio
desta noite
onde o poema acorda e se rebela

EM - INDÍCIOS PARA UM CÂNTICO POVEIRO - XAVIER ZARCO - TEMAS ORIGINAIS

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Contrastes - ANA CASANOVA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA

A vida é feita de contrastes
De simetria e caos
Luz e escuridão
Prazer e dor
Razão e loucura...
Busco o equilíbrio
Percorrendo caminhos
Fazendo o próprio tempo
E vivendo o momento
Porque a vida, é!
Ou então...
Não é vida.

EM - À FLOR DO TEMPO - ANA CASANOVA - EDIÇÃO AUTOR

sábado, 6 de fevereiro de 2016

São longos os dedos* - GRAÇA PIRES

São longos os dedos
que sulcam o rosto difuso das noites
em que o luar queima os crisântemos
sem deixar vestígios
e os felinos transformam o chão
num local imprevisível.
Indiferente ao desígnio das sombras,
a luz insinua-se no lado misterioso
onde me encovo.
A luz e o silêncio.
Com artifícios insondáveis
e uma leve vigília
de dádiva ou de bênção.

EM - UMA CLARIDADE QUE CEGA - GRAÇA PIRES - POÉTICA EDIÇÕES

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Parideira - JACQUELINE AISENMAN

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA

A mulher teve um filho.
Depois outro.
E mais outro filho.
Teve mais filhos
do que dedos em suas mãos.
Teve mais filhos
do que esperança em seu coração.

EM - PINTURA INGÉNUA - JACQUELINE AISENMAN - DESIGN EDITORA

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Nada - MANOEL VIRGÍLIO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA POETA MARIZA SORRISO

Difícil, nesta vida, o fazer nada!
O nada é um vazio; não se acaba.
Um nada que, sem cores, transparente,
é nulo e faz vazia a vida da gente.

Difícil programar não fazer nada!
Calar e não pensar, é dura saga.
Não sonhar, não querer, não desejar,
no nada se acabar, nada criar.

Viver sem nada ter, sem nada crer!
Sem crer a nossa vida já é nada,
um nada que, sem fé, em nada brada.

Negar a criatura, o próprio ser,
negar o criador, por vezes cada,
será negar razão, ao próprio nada!

EM - ENTRE O SAMBA, O FADO E A POESIA - COLECTÂNEA - DOWSLLEY EDITORA

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Rasuras - MARIZA SORRISO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA

Rasuras, rabiscos, mais rabiscos
As palavras insistem em ficar
Tento tirá-las mas elas não saem
Parecem, pelo poema, se apaixonar.

Serão as palavras como pessoas?
Que grudam na rotina das rimas?
Qual fossem amantes tentando salvar
O que o destino destilou em triste sina?

Palavras, rabiscos, pessoas, abismos
Quão triste é a hora de acabar
Rabiscar um nome na agenda
Retirar a palavra em um poema.

EM - DAS RAÍZES DO CORAÇÃO - MARIZA SORRISO - SAPERE EDITORA

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Alenquer - VÍTOR CINTRA

Por gregos e fenícios visitado
O castro de Alenquer, há muitos anos,
Seria por Cartago conquistado
Bem antes de chegarem os romanos.

Depois, p'las legiões romanizado,
Até que o conquistaram os alanos,
Iria ser, p'los godos, ocupado
até à invasão dos muçulmanos.

Embora fosse, então, acastelado
Ao ser pelos cristãos reconquistado
Sofreu, nesses ataques, muitos danos.

Ao ver todo o conjunto em mau estado
O rei mandou que fosse reforçado
Erguendo, nas muralhas, novos panos.

EM - RUÍNAS DA HISTÓRIA - VÍTOR CINTRA - LUA DE MARFIM

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Olho o meu retrato - ADELAIDE SIMÕES ROSA

No presente, olho um retrato do passado
Desfolho o meu diário de emoções
Não choro pelo que de mim foi levado
Fico feliz nas minhas recordações

Para mim é um orgulho cada traço
Desenhado na tez do meu rosto
Eles são a experiência que abraço
Para fazer tudo aquilo que tanto gosto

Olho dentro de mim mas não sinto
Os anos que eu vejo no meu rosto
A minha alma jovial é o meu conforto

Olho o meu rosto, é evidente
Que os anos o deixaram diferente
Mas sou a mesma pessoa de que eu gosto

EM - INALTERADO SENTIR - ADELAIDE SIMÕES ROSA - PASTELARIA STUDIOS