quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Amor! - NICOLETA PECELI

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Esperas no sofá pelo prazer que há-de chegar,
Enquanto a música te acaricia o desejo.
Amor! Esta noite apetece-me mostrar-me a ti.
Aprecia bem a saudade - doar o que queres provar -
Tudo aquilo que não consegues controlar.
Vou mostrar-te.
Liberto em ti a loucura que se esconde em mim.
Entendes amor?
Sou o prefácio do teu livro,
Escrito pelo corpo entorpecido nas páginas da tentação.
Fascina-me nesse exato instante e permite-me sonhar-te.
O meu peito carrega a tua saudade.
Recordo-te: tudo é possível, quando me segues
a sensualidade!

EM - (E)TERNA SENSUALIDADE - NICOLETA PECELI - IN-FINITA

Eis-me aqui - JAMMY SAID

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Eis-me aqui
Serena
Envolvida em pensamentos sutis.
Querendo não querer-te mais.
Dividida em sentimentos por ti.
Eis-me aqui
Contando o tempo e marcando as horas no relógio.
O Tempo não para…
O Adeus já esteve presente.
Eis-me aqui
Mais uma vez me entregando.
Difícil decidir quando me olhas profundamente.
Me Desnuda.
Eis-me aqui…
Fortaleza frágil muda para o Não.
Não querer…
Não desejar…
Não Sonha…
Não Amar…
Eis-me aqui
São muitos sim
Enquanto você retorna sem sequer um ponto final.
Anos se passaram.
Eis-me aqui
O Passado bate sempre a minha porta.
A Angustia aperta meu peito.
Indecisa.
Sentimentos mutantes dentro de mim.
Eis-me aqui.
Algo mudou em mim
Não sou a mesma de antes
Sem compromisso com o Amor.
Meus dias são flashbacks.
Baú de Lembranças com retalhos costurados cirurgicamente.
Eis-me aqui.
Remendando meus pedaços.
Transformando cada detalhe.
Eis-me aqui.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Movimento - LUCIANE COUTO

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Seja o poema
Que você quer no mundo:
Alterando sentidos
Inventando inusitadas rimas
Transpirando poesia
Acarinhando com versos
Defendendo a liberdade
Imprimindo harmonia
Desmistificando estéticas
Traduzindo sentimentos
Divulgando lirismo
Fazendo odes à alegria.
Ainda queimam
Livros e pessoas mágicas?
Insista
Seja contagiante
Persuadindo pessoas
A serem o poema
Que elas querem no mundo.

EM - SOMBRAS - TEMPOS DE ESCURIDÃO. TEMPOS DE LUZ - COLETÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Ao Templo De Jupiter Optimus Maximus - JACKMICHEL

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Eu já vi de perto o Templo de Jupiter Optimus Maximus
Com meus olhos plácidos.
Ele foi o templo mais importante da Roma antiga...
Há quem o diga!
Localizado no alto do Monte Capitolino,
Ditava cada destino.
Suas colunas gigantescas, o lustro do seu piso, seu pórtico imponente,
Deram-lhe fama de repente.
Oh, templo de glória,
Guardado na história!
Lanço sobre o Templo de Vesta, o Templo de Saturno,
O Templo de Marte Ultor e o Templo de Belona,
Folhas de manjerona!
Mas, sobre vós, Templo de Zeus,
O maior deus,
Lanço folhas de murta
Para minorares minha luta!
Ave, templo!
Que sejas sagrado pelo tempo!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Luz - SANDRA MOTA

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Tu és a linha que
Sai de mim
Unida à estrela
Incandescente do infinito

Tu és o ponto livre
Que busca em mim a
Verdade

Tu simplesmente és
Linha contínua que
Escreve o destino
Sem fim

Luz que brilha
Dentro de mim

EM - POR ISSO ESCREVI - SANDRA MOTA - IN-FINITA

Arranjo - LUCIANE COUTO

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Estava em fragmentos
Pedindo para ser composta
Desgarrada, ao léu
Mas ele reagrupou-me.
Estava em penumbras
Oscilando mais para sombras
E ofuscamentos
Mas ele iluminou-me.
Estava desconexa
Querendo sentido
E sem norte
Mas ele direcionou-me.
Estava impronunciada
Perdida em símbolos vazios
E prolongado silêncio
Mas ele verbalizou-me.
E assim, imprimindo-me
Em papel importante
O poema escreveu-me
Ainda que caleidoscópica!

EM - SOMBRAS - TEMPOS DE ESCURIDÃO. TEMPOS DE LUZ - COLETÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Carta do teu incerto silêncio - LUÍS FARINHA

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Que me deixa em ansiedade
Por não podermos falar
E tão pouco darmos continuidade
Ao que foi um verdadeiro amar

E olho o mar, o céu e a terra
E este amor é como uma nascente
Que para minha dor não se encerra
No meu coração nem na minha mente

Pois volta tempo, de beijos e abraços
Em que nossos sonhos eram ligados
Por nossos gêmeos traços
E no simples toque eram regados

Por essa força universal
Em que tudo nos diz
O que quer que esteja bem ou mal
Não pode ser apagado, como um giz

Ou ficar encerrado
No evidencio
E literalmente amarrado
À carta do teu incerto silêncio

EM - O UNIVERSO ENCHE-SE DE POESIA - LUÍS FARINHA - IN-FINITA

Fui até ao mar - ISABEL SOFIA DOS REIS-FLOOD

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Fui até ao mar
Onde desaguam todos os rios da memória
Onde nadam todos os filhos das florestas adormecidas
Fui até ao mar
E nele encontrei a calma num mergulho rejuvenescido
Como num fim de ano de branco vestido celebrando Iemanjá
Fui até ao mar
Olhei-me ao espelho nas suas águas
Com o olhar livre como os modos de gaivota aventureira
Onde encontrei uma pedra para te honrar, uma pena
para te escrever e um shofar.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Existências - JORGE GASPAR

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Pai
Tenho medo de morrer depois da morte
Tenho medo de morrer antes da vida
(Daniel Faria)
Dias estendidos. Pedra a pedra.
Degrau a degrau. Interrogações.
A condução da bondade.
A gravidade da perfeição.
A amplitude da viagem.
Velocidade. Voragem.
Sonhos e destruição.
O rumor da urgência.
Exausta a meditação.

Acudir ao tempo. Deserto.
Paciência. Inundar equilíbrios.
Ausências inexplicáveis. Aflição.
Esvaziar cansaços. Guardar lugares.
Sinuoso o coração. Medo.
Pavor da superfície da morte.
Viver as palavras. Amplitude.
Terra. Vida. Visão.
Céu. Vontade de Deus. Paz.

Estar vivo. Medir a explicação.

EM - SOMBRAS - TEMPOS DE ESCURIDÃO. TEMPOS DE LUZ - COLETÂNEA - IN-FINITA

domingo, 27 de novembro de 2022

Cada banco da cozinha - CARLA SANTOS

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Cada banco da cozinha
É um lugar para bonecas
Vestiu cada uma sozinha
Mas esqueceu-se das cuecas.

Ai que menina esquecida
Que não colocou a mesa
A caneta anda perdida...
O que diz em sua defesa?

Sou pequena e engraçada
Vivo apenas a pensar...
Na bicicleta e na bonecada
E gosto muito de falar.

EM - TROLARÓ - CARLA SANTOS - IN-FINITA

Horas da noite - ISABEL BASTOS NUNES

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Passeio pelas minhas memórias
Provo o amargo das noites de insónia
Entra-me nas entranhas
A sombra rápida das horas tardias
O silêncio das árvores
Enquanto a natureza se despede
De mais um dia.

É hora da noite
Dispo-me de todos os meus pecados
Inicio o mea culpa com o Acto de Contrição
Enquanto espero que os sonhos
Me levem ao mundo da fantasia
Enchendo-me de pensamentos
Que nem sequer conhecia.

Sou noiva vestida de branco
Ou viúva de negro vestida…

É hora da noite
Do desencanto ou do encantamento
Onde se constroem os assombros
Ou assombramentos
Onde a liberdade vive de revelações
Fruto talvez de uma memória
De sombras esquecidas pelas esquinas do tempo.

Sujeito-me ao destino desses sonhos
Como outono entrando levemente num jardim
Porta aberta para um quadro pintado de folhas mortas
Onde tudo é música e silêncio
Onde me despeço de mim.

É hora da noite
Das danças
Das bruxas
E dos segredos
Da espera das madrugadas
Dos amantes e das amadas
Das névoas iluminadas
Pela luz alva das noitadas.

A mim
Espera-me o nada sentir…

Olho-as com avidez
Por não lhes poder dar um rosto
Nem percorrer o corpo de ninguém.

Apenas a solidão que me rodeia
Lhes pode dar a palavra.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

(Im)perfeição - JORGE GASPAR

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Tempo. Fundamentos.

Diário. Plano Inclinado.

Palavras dormentes. Dilaceradas.
Atualidade. Enferma.
Mágoas amofinadas.
Dores a multiplicar.
Tumultos em muralhas.

Diário. Confiança.

Em assembleia.
Que fundamentos?
Testemunhar abismos.
O grito cansa?
Atear silêncios.

Diário. (Im)Perfeito.

Perverso o Tempo.
Que vale a Vida?

EM - SOMBRAS - TEMPOS DE ESCURIDÃO. TEMPOS DE LUZ - COLETÂNEA - IN-FINITA

sábado, 26 de novembro de 2022

Sentir - ISABEL SOFIA DOS REIS-FLOOD

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Ignorado.
Sereno. Dias de felicidade.
Nada a esperar.
Só? Gratidão incontornável, não é solidão…

EM - ISABEL SOFIA DOS REIS-FLOOD - ANTOLOGIA - IN-FINITA

Dança com a luz do sabre - ISA PATRÍCIO

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Alegro-me, enalteço-vos com todo o coração,
Observo vossas maravilhas dançantes.
Na areia penetra suposta desordem merecendo preces e ação;
Sim, tomastes admiráveis vicissitudes incessantes
E mais certas obscuridades enclausuradas.
Em todos os versículos o corpo expande-se nas tempestades
Como num cântico profano inspirando verdades sagradas.
Modelo oriental, linha extraviada, de génese singular,
Jovem camponesa, tímida e reservada,
Descalça, escondendo afoiteza, prova de expressão.
Quem vos desconhece olha para o superficial lógico,
Para quem vê poesia na alma, oh livre curso de conexão!
Sensualidade oriental a pedido fino com os cristais da lua,
Ainda vos resta a ressignificação enigmática dos oráculos de Ifá!
Senhora das sete linhas com vosso sabre iluminado
Transformais rosas albas em mil sóis pela colheita.
À cabeça, a intuição é sumptuosa realeza,
Porque toda a terra é deserto aos pés da beleza!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Menina rebelde - NICOLETA PECELI

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A alma despe a sensualidade e a loucura não sabe fingir.
Entrelinhas, os segredos procuram seduzir alimentando
a curiosidade.
A satisfação virá a seguir, nos desejos que juraste cumprir.
Na penumbra dos ombros, o gemido abafado implora
os sentidos.
Os olhos ardem numa libertação iminente e as mãos
deslizam sobre as pernas.
– Confia em mim – disse, interrompendo por momentos,
O doce fervor com que me acariciava.
A calma da sua voz deu lugar à minha imaginação,
eu era o fruto do seu delírio.
A sedução do decote causava-lhe uma reação de desconforto,
E como numa fogueira, as chamas ferozes do seu desejo
ansiavam pelo meu calor.
Há tanta promessa num único beijo, há tanta saudade
no seu toque.
Sou a menina rebelde que faz despertar a sede num poema
ardente.
A musa das tuas culpas, o gemido perdido nos teus lábios.
Numa autenticidade alucinante a sensualidade ensina-te
a leitura dos versos
Enquanto o corpo se submete, devagar, ao delírio
autografado pelo calor das mãos.
A fórmula da paixão está na profundidade dos teus sentidos.

EM - (E)TERNA SENSUALIDADE - NICOLETA PECELI - IN-FINITA

Razão inquietante - HELENA TEKKA

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pela simplicidade da emoção
fui ao chão
desconhecia à força da razão
menina _mulher...
banhada de grandes emoções
persiste por caminhos inseguros
os passos se agigantam
o amor mandava em meu viver
sem saber ao certo do meu querer
a razão se faz presente
sigo a frente
o caminhar tortuoso da solidão
ensina-me a seguir,
com força inebriante
inquietante eu sou!
a cada manhã
um brilho solar...
ilumina minh’ alma
há um inevitável confronto
...razão e emoção,
o ser e o estar
lúcida com os ensinamentos,
dos mistérios da vida
há um esperto olhar,
para o quanto deve usufruir da razão
sem perder as emoções
é, através dela, que vislumbro
a real essência do meu ser
onde em lampejos...
reconheço-me!
aquieto minh'alma
posso ouvir a voz das emoções,
me acolho com generosidade
afetuoso olhar...
para dentro de mim!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

O Dito não escrito - GILTÂNIA NERY

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As palavras sempre foram mecanismos
De expressar o que sentia, o que vivia.
Nesses tempos de morada, o silêncio decidiu habitar
em minhas nas ações diárias.
Muitas vidas sendo vivificadas.
Cobranças me chegaram
Não dei a atenção devida.
Para quê?
Tinha que ser por inteira nesse Novo da Vida.
A vida me convidada a viver os intempéries e enfrentá-Los
A minha Verdade pedia passagem.
Seja vida, gere Vida.
Os movimentos dentro de mim, me elevam a uma dimensão única, capaz de emudecer qualquer ser.
Me contorcem, me emocionam
E o Dito não tornam-se Escrito.
Precisam sim, ser vividos, sentidos
De perto sem nuances,
Cara a cara.
A completude que habita em nós
Quer ser escrita e reescrita.
As tessituras da vida estão sendo alinhavadas com maestria.
A pena ainda será utilizada
Para dizer o Dito.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Que importa - SANDRA MOTA

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Não sei quem sou
Que importa
Sou aquilo que tenho
De ser

Mesmo sem entender

Só nos devaneios da razão
Aquilo que importa ser

Mesmo sem entender
Se nem eu entendo
Quem sou
Como a
Razão vai entender

EM - POR ISSO ESCREVI - SANDRA MOTA - IN-FINITA

Outros tempos - FILIPA CARNEIRO

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Confino e afino afectos
Em espelhos cristalinos
Pérgulas soltas, reptos
a pasquins e paladinos

Mascaras sem sorrisos,
Olhares vis sorridentes,
mariposas em narcisos
estados transcendentes

Plumas de voo perdido
de milhafre e querubim
em nuvem de tempo ido
gota a gota e carmesim

Enlaço o casulo seguro
em teias idas devolutas
Hino à brisa de ar puro
orquestrada sem batutas

EM - SOMBRAS - TEMPOS DE ESCURIDÃO. TEMPOS DE LUZ - COLETÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Destinos cruzados - LUÍS FARINHA

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Cruzam-se vidas
Neste imenso universo
E lidas
Em cada verso

Sem deixarem pegadas
E leitura
Nas pedras das arcadas
No que silêncio perdura

Na verdade do pensar
E na troca de alianças
Em cada altar
Com palavras mansas

Se falou de amor e do querer amar
Assim são esperados
Compreender o que podemos doar
A estes destinos cruzados

EM - O UNIVERSO ENCHE-SE DE POESIA - LUÍS FARINHA - IN-FINITA

Leve - GILSA DA ROCHA MAGRI

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Da longa conversa
do tempo com a morte
nenhum acordo surge
nem amor
nem raiva
nem medo
respeito talvez
entre descobrir
quem respeita quem
de morte morrida
morro todos os dias um pouco
de tempo perdido
vivo todos os dias muito
assim na roda
de conversas da vida
o assunto é
quem vai
quem fica.

(eu já morri ontem
morri hoje
e estarei viva amanhã)

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Abraços - FILIPA CARNEIRO

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Embaraços sem abraços
Soltos, nus, desenvoltos
Laços, faces sem traços
Medos em mares revoltos

Mitos e ritos sem sorrisos
Máscaras com flor-de-lis
Astrolábio em mares lisos
Mãos marmóreas e pueris

Sonetos de ventos vazios
Turbilhões de almas nuas
Valsas, tangos e rodopios
Insanas, mentes oblíquas

Abraço o medo que enlaça
Salpico de sonho saltitante
Pincel de mel azul devasso
Salutar, salutar, titubeante

EM - SOMBRAS - TEMPOS DE ESCURIDÃO. TEMPOS DE LUZ - COLETÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Cabelos longos castanhos - CARLA SANTOS

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Cabelos longos castanhos
Felicidade no seu olhar
Princesa de tantos tamanhos
Vive a sorrir, a cantarolar.
Que quarto tão desarrumado
Brinquedos tantos espalhados
Amanhã cedo vou arrumar
Mas ainda quero brincar...
Sua mãe é trabalhadora
E a menina muito teimosa
Chega o pai da lavoura
E ela não pode ser preguiçosa.
Faz os trabalhos da escola
E vai escovar os dentes...
A seguir arruma a sacola
Porque os pais ficam contentes.

 EM - TROLARÓ - CARLA SANTOS - IN-FINITA

Bocas do meu poema - ELIZABETE DENTE

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Hei de beijar o sol posto
Com as bocas do meu poema

Guardar no amanhecer
O teu odor de alfazema

Deitar-me no teu regaço
Espraiar-me no luar

Banhar-me na tarde quente
Na brisa impaciente

Rodopiar de contente
Voar nas ondas do mar

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Destino - ISABEL SOFIA DOS REIS-FLOOD

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Seguir e ver o destino como realidade, terrenas coisas, oferendas
que não soam a fingimento mas a sinceridade.
São virtudes. Dom?
Recordação da formosa juventude. Dia que canto. Lembrar,
esquecer, sonhar.
Tudo é fado ou sorte. Fama?
Orgulho maternal é igual.

EM - ISABEL SOFIA DOS REIS-FLOOD - ANTOLOGIA - IN-FINITA

Este não sei o quê - ELISABETE PINHO

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Este não sei o quê que me atormenta
que me rasga o pensamento como um farrapo
puído, velho, gasto.
Saiu das trevas, qual alma retalhada
moribunda
que me vigia, segue, persegue.
Que me rasga as entranhas e esventra o ser
que me suga a alma faminta de ar
de céu, silêncio e paz.

Este não sei o quê que me confunde
que vive não sei onde, algures aqui
perdido, achado
quiçá imaginado
algures amordaçado dentro de mim.

Este não sei o quê que me ilude
que me troca as voltas à razão ferida
achincalhada na praça do desejo
vazia de esperança, do mundo perdida.

Este não sei o quê que procuro
que anseio encontrar
naquele lugar
onde perdida de mim, deixei de procurar.

Este não sei o quê que nada sabe
porque saber este não sei o quê
é saber-te onde não estou
onde não me procuro nem me encontro
onde este não sei o quê já nada me dá.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 20 de novembro de 2022

Ruptura - DEBORA PIO

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Este chão
Tão pisado por mim
Subitamente faz-se desconhecido
A morte do patriarca
Fez com que a tribo
Se desestabilizasse
Fendas
Rupturas
Não há retorno
O que há é
Um caminho novo a ser aberto
A custo de dor
A custo de suor e sal
Pisemos.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Gosto tanto de ti - NICOLETA PECELI

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Aproximou-se de mim, descontraidamente.
Pouco a pouco, o desejo invadia-me a pele num
atrevimento cruel.
Curvou-se, segredando-me suavemente ao ouvido:
– Esperei tanto por este momento.
A sua voz espiava os meus mais íntimos segredos,
A sua voz despia-me a inspiração.
Apostei na minha intuição, enquanto o subconsciente
tentava acordar-me.
Engoli em seco, sentindo o sangue a latejar.
Ele era a minha dependência.
Afaguei-lhe suavemente o cabelo, despindo-me de todas
as regras.
– Esta noite serei o teu perfume – murmurei docilmente,
Desabotoando, um a um, os botões da camisa.
Envolveu-me nos seus braços, colando os seus lábios
nos meus.
Um desespero apaixonante denunciava o seu beijo.
Conseguia sentir-lhe o alívio a derreter-se dentro de mim.
Apanhado no meu feitiço sussurrei, esgotando um último
fôlego:
– Gosto tanto de ti.

EM - (E)TERNA SENSUALIDADE - NICOLETA PECELI - IN-FINITA

sábado, 19 de novembro de 2022

Ao cair da noite… - DAVID MARQUES

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O Tóino chegou a casa bem estafado,
Com toda a roupa e corpo molhado,
Pelo suor vertido de nascente sadia…
Tirou as botas, abriu a porta e logo entrou,
Quando uma trémula voz dos fundos chamou:
- Oh Tóino, chama a ti Marquesa! O bebé já nascia.
Nem chegou a entrar no quarto o coitado,
Calçou as botas à pressa e mesmo derreado
Estrada a baixo, como pôde, lá foi a correr...
Após alguns minutos e chegado ao destino
Gritou... oh ti Marquesa, com voz em desatino:
- Venha acudir à nha Maria, a criança está a nascer.
A senhora sorriu de ver o homem tão aflito
E diz-lhe, calma Tóino será o que está escrito,
E juntos, lá partiram ao encontro da Maria...
Pelo caminho dá-lhe instruções: quando chegados,
Água quente, os panos, tesoura e linha preparados,
Porque, naquele tempo era assim que se fazia.
Para o Tóino, os minutos a horas parecia
Até o suor pelos seus rostos já escorria
De tão depressa que subiam a estrada...
A casa chegados, nem à porta bateram,
Lestos, os dois para o quarto correram,
Não fosse a Maria estar em apuros, coitada.
Ouvem-se gemidos de dor, uma criança a chorar,
O menino já nascera, só faltava o parto terminar.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A luz dos teus olhos - FÁTIMA D'OLIVEIRA

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Sempre que olho para ti
e vejo a luz tremeluzente que baila
e brilha intensa e incessantemente nos teus olhos,
sinto-me a embarcar numa viagem de descoberta.
Olhos que te iluminam e me alumiam o caminho até ti.
Para te descobrir.
Mais uma vez.
Agora e sempre.

EM - SOMBRAS - TEMPOS DE ESCURIDÃO. TEMPOS DE LUZ - COLETÂNEA - IN-FINITA

Se o Tempo falasse - SANDRA MOTA

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Se O Tempo falasse
Ele iria dizer
Continua

Se O Tempo falasse
Ele diria
Não desistas

Porque O Tempo que
Escorrega entre o ser
E não ser

Ele nos ouve entende liberta
E nos une com a essência do nosso ver

Aquilo que vemos
No sonho do tempo
E do ser
O Tempo que ecoa na alma
Do nosso ser e que sem
Questionar
Deixa acontecer

EM - POR ISSO ESCREVI - SANDRA MOTA - IN-FINITA

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Fisionomias - DANIEL BRAGA

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Olhar solto
Mitigado pela saudade
Tempo que é tempo
De amor e felicidade
Dor, mágoa, momento
Memória e pensamento
Mar bravio e revolto
Ondas e batidas suaves
Maresias de sabores salgados
Sons de búzios encantados
Melodias harmoniosas
De encanto e cumplicidade
Telas multifacetadas
De cor, sorrisos e bondade
Fisionomias glamorosas
Sentires audazes
Musicalidade que flui
Em olhares fixos no infinito

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA