quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Alma de gente rara - Clara Boavista

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Há gente de inusitada sensibilidade
A deambular e a iluminar a cidade,
Com o dom de sempre se erguer,
Abraçar ondas, florescer e fazer crescer,

Tão depressa encalhar e não esmorecer;
Fazer parar o vento, sempre a espairecer
A distância que não acalma nem amortece.
Cedo, a alma ainda a correr lá aparece

E assim, a correr, logo se alui e adormece,
Na espuma cálida da idade que esquece,
Como alma de gente rara e desvairada
Que no vento se alista e voa em retirada.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VIII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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