quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Devaneio - TITA TAVARES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Se tu não vieres ter comigo,
Serei eu a ir ter contigo, vás tu para onde fores.

Haverá campos e rios,
Aves, montanhas e flores
E não temeremos perigos.

Árvores não faltarão
E seiva para os nossos lábios
Férteis em beijos sábios.

Às aves daremos alimento
Para seu canto nos cantarem
E encantarem.

Nos campos semearemos trigo
E será a Natureza o nosso abrigo.

As árvores que se erguem para o céu,
Quer de Inverno, quer de Verão,
Serão o nosso véu.

As montanhas já lá estão.
As flores continuarão a ser flores.

E os rios...

Os rios correm sempre para o mar!

EM - O AMOR NÃO TEM SUJEITO - TITA TAVARES - IN-FINITA

Reflexão sobre a quarentena - FATINHA DO BARREIRO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Dias de sol brilhante,
Dias em que chove intensamente,
Luar radioso ou noite escura...
Os dias passam quase iguais,
Alguns distraídos, outros que pensam demais,
Dias de incerteza, de clausura.

Lá fora o tempo não pára...
Ouve-se alguma voz, cada vez mais rara,
Alguém que tem que trabalhar
Para de outros cuidar.
O silêncio impera...
A natureza, uma quimera,
Acabou a pressa, tudo espera,
Pois tudo pode esperar...

Eventos foram cancelados,
Tantos sonhos adiados
E abraços que ficam por dar.
As águas do rio ainda correm,
Os pássaros cantam,
Os humanos se recolhem.
Enquanto uns dormem
Outros dedicam-se a pensar...

A pensar no mundo lá fora,
Cada vez mais quieto agora
E em liberdade, os animais.
A terra algumas voltas deu,
A natureza se inverteu
E mais uma lição nos deu:
Como somos meros mortais!

É tempo de introspecção,
De olhar a alma e o coração,
Ver cada qual como um irmão
Estabelecer prioridades, mudar.
Não tínhamos tempo para nada,
Vivíamos a reclamar por nada
E tínhamos pressa de tudo alcançar.
Agora, acabou-se a correria,
Agradecemos cada dia
Por ainda cá estar...
É tempo de reflectir
Como somos insignificantes...
É tempo de descobrir
Se ainda há tempo para sentir,
Se ainda temos a pressa de antes.

Será que a pressa agora é de abraçar,
E tudo o que podemos fazer, é esperar?!

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O senhor atletismo - FRASSINO MACHADO

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“Homenagem ao professor Moniz Pereira”

“Cá estamos novamente para o combate”
Dizias para nós com o máximo respeito
Tu que eras, de facto, um rijo baluarte
Equilibrando o excesso e nunca contrafeito.
Por seres exemplo belo com engenho e arte
Num fiel compêndio escancarado sempre a jeito
Deste as tuas lições, por aí, em toda a parte
Tornando-te um modelo bem mais-que-perfeito.

Difíceis foram as barreiras e as fasquias
Que tiveste que ultrapassar em mil paixões
No teu fado encantado, compondo as melodias...
Teu olhar penetrava fundo nos corações
E, cirandando pelas pistas em fantasias,
Reencarnava outra vez na alma de campeões.

Passando finalmente pela dura meta,
Embalado tenor e confrontando a morte,
Receberás a coroa de sublime atleta
Como prémio “mais longe, mais alto e mais forte”...

E ao cumprires o sagrado lema do Olimpismo
É justo que te chamem «Senhor Atletismo!»

EM - A MUSA DOS ESTÁDIOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Silhuetas... - FILIPA CARNEIRO

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Pinto a minha essência de ti...
Voam as borboletas da tua cor...
No vento da tua ausência...
Salpico-me do ocre multicolor...
Descubro a cor da tua essência...
Sobrevivo no incolor da tua presença
A paleta colorida do devaneio...
Pincelando meus pensamentos...
Colorindo momentos...
Silhuetas indeléveis...
Descoloridas de tédios...
São telas de âmago...
Procuram as chuvas coloridas...
De emoções vividas...
Abrigo-me na nuvem invisível...
Na chuva intangível...
Da circunstancialidade da vida.

EM - INDELÉVEL - FILIPA CARNEIRO - IN-FINITA

Aqui agora - DIVONE COSTA

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No comboio
Nos meus sonhos
Vivo sempre a pensar
Em parar
Em acordar
Realizar de alguma forma
Preciso acreditar
Não no ontem
Nem no amanhã
Viver no aqui agora
Sem vislumbrar o que será
O tempo passa bem depressa
E por vezes devagar
Viver sem ansiar
Deixar acontecer
Preciso não pirar
Bem no fundo do meu eu
Sei que assim que deve ser
Não dei o por quê
Vivo a contestar
Melhor me redimir
Ser feliz sem explicar

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Adormecer sombrio - FREDERICO DANTAS VIEIRA

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Perdi em alguma esquina o rumo,
a vida me deixou atônito e vazio.
Eu que já não reconheço do tempo o segundo,
me esquivo solitário nos passos em que silencio.

As notícias não me apetecem
e eu já nem sei qual o meu lugar.
Os sonhos de apatia padecem
quando não sei aonde posso ou quero chegar.

Cansaço maltrapilho que me tem.
É libertino e tão arredio
que subverte a rima e o que me contém
nesse caos a que me sentencio.

Recortes de olhar perdido na escuridão,
carente do que me alimenta
já não luto para vencer a tormenta
que tanto afoga o meu então.

Quem sabe amanhã eu amanheça
quem sabe...por hoje mal posso me ter
e sem cor, vago em resquício de ser
onde entrego meu corpo para que a alma de mim
se esqueça.

EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA

O Lado de Lá dos Pensamentos - ROBERTA WADNER

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Olho e te vejo
Olho e revejo

Consigo ver além
Consigo ver mesmo
Que sem ver

Aqui ou lá
Algum lugar
Pequeno ou grande
Sempre vou olhar
Como uma janela
Que eu avistar
Do outro lado de lá

Quero ser assim
Transparente
Como na fresta da janela
Enxergando o pensamento
Do outro lado de lá

EM - ALMA DESCORTINADA - QUANDO A POESIA GERA CURA - ROBERTA WADNER - IN-FINITA

domingo, 27 de dezembro de 2020

Candanga - MARLI DIAS RIBEIRO

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Busca em eixos reversos reflexos novos
Recortes em tesourinhas curvas e cíclicas, formas
únicas, ativas, criativas
Silhuetas fluídas num lago-largo-mar azul
avermelhado de paixão de poeira do cerrado
São de gente de longe e de perto, candangos
e nativos numa mesclagem de arte, cultura e estilo,
pilotis do futuro
Nas rotas centrais ou nas Satélites embelezam
as escolas em multicores, como ipês fortes, altos,
presentes
São sementes da vida que sempre vence
Candanga que acredita no estilo-arte candango
de ensinar e de aprender

EM - PARDAS POESIAS: SOBRE SER, FAZER E SENTIR - MARLI DIAS RIBEIRO - IN-FINITA

Sonhos - ANA LANDEIRO

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Não prescindo dos meus sonhos
São meus
Fazem de mim aquilo que na verdade sou
Alimentaram a mulher em que me tornei
São a certeza da minha liberdade
São fruto da minha individualidade
São momentos vividos com paixão
Alento da compreensão
Vivências tornadas reais
Encantamentos de criança rebelde
Projeção dos meus desejos
Ocultos ou não
Já me roubaram sonhos
Mas não deixei de sonhar
Já roubei sonhos
Mas não foi por mal
Roubar sonhos
É natural

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA

Disruptivo - DANIELLE MONTEIRO

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Acordada a noite
Sinto tudo
Não vejo nada
A cor opaca
A penumbra
O ruído que assusta
A respiração melódica
O coração que pulsa
Acelerado
E o tempo
Parado

Fecho os olhos
E o escuro torna-se claro
O quarto vazio
É a companhia perfeita
Para o medo

E o amanhecer chega
Suspenso
Olhos violados
Pela luz do sol
E o dia começa
Disruptivo
Trazendo de volta o irredutível
Movimento da claridade.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 26 de dezembro de 2020

Nossa Senhora da Graça - ARLINDO ANDRADE

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Em honra e louvor
de Nossa Senhora da Graça
sai uma longa procissão
luzidia e bem cantada
desde Assomada
à capela de Chão de Tanque.
Todos à uma só voz
com muita fé e confiança
à Senhora da Graça
pedem o que mais anseiam:
chuva, chuva que dos céus caia
chuva benfazeja
que garanta pão para todos!
Uma caminhada saudável,
à qual se associa a mãe natureza
contagiada pelo fervor
daquele povo
que canta e reza
cheio de fé e emoção.

EM - FIRME E HIRTO COMO O POILÃO - ARLINDO ANDRADE - IN-FINITA

Desvelo - TITA TAVARES

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Ruiu a minha Torre de Babel,
Entre muitas fissuras e arranjos.
E da pedra e cal se fez papel,
Que voou, sem rumo, em asas de Anjos.

Foi milagre, pois, que Deus me fez,
Que os Anjos foi sempre orientando
E em seus caminhos luz pôs, em vez
De por desvios, os ir precipitando.

E foi graças aos anjos e a Deus,
E também a muitos cuidados meus,
Que no caminho nunca adormeci,

Que a Torre de Papel se transformou,
No percurso, de onde se mudou.
Ó Torre de Babel, não te perdi!

EM - O AMOR NÃO TEM SUJEITO - TITA TAVARES - IN-FINITA

Aquietação - CONCEIÇÃO FERREIRA

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Tardo-me nas horas...
Beijo-as, uma a uma,
Num som arrastado e surdo,
Por não saber como quebrar
Cinzentos vidrados de bruma
Estirados pelo pensamento.
Ai túrbido olhar, vazio e lento,
Consumido por esses ponteiros
Que rodopiam, dia após dia,
Em monocórdica sincronia!
Ai calada voz, ai voz embargada,
Aprisionada num corpo inerte,
Sem luz ou som que a liberte...
Enlaça-me esperança!
Sussurra-me ao ouvido sedento
Breve e contígua mudança,
Canta-me novas trovas de alento
Diz-me que lá fora o campo me espera,
Que as flores por aí despontam,
Que as aves já estão a chegar
E que o céu e o mar se entrelaçam
No mesmo raro azul cintilante.
Aquieta-me esperança,
Fala-me desta ímpar primavera,
Que só por ti quero anunciada
Para não a ter de mim afastada!

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Atletas de Deus - FRASSINO MACHADO

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“Homenagem ao Atleta Olímpico”

É certo que quem corre por gosto não cansa
Assim o determina a crença popular,
Também é certo que em atalhos cirandar
É grande a carga de trabalhos que se alcança.

O coração do homem tende a esta dança
Para dar cumprimento a todo o seu sonhar
Ansiando sumamente os louros conquistar
Na arena dos estádios à luz da esperança.

Subir mais alto, ser mais forte ou ir mais longe
É este o lema natural de quem é monge,
De quem é frade ou é apenas taumaturgo.

O caminho é bem duro para todo o herói
Mas tem grande prazer na auréola que constrói
Com suor, sangue e lágrimas como Demiurgo...

Mas como é belo, ao som de hinos e canções,
Ver subir a bandeira do seu pátrio burgo
Por entre aplausos de efusivas multidões!

EM - A MUSA DOS ESTÁDIOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

Pandemonium - CLÁUDIA FILIPPO

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Um dia acorda-se.
Dia comum?
Não.
O mundo fica de olhos abertos.
Do outro lado do mundo
Vem o terror do inimigo oculto.
- Pandemia!
Uma desconhecida, chamada Covid.
É uma serial killer.
Mata velozmente, indistintamente.
Todos em casa, há os que não tem.
Desnorteados.
Grupos se unem contra ela.
São pessoas de branco, no front.
Alguns não acreditam, outros sim.
Parece um filme de terror!
Humanos, matam humanos.
A guerra está em curso.
O que será de nós?

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Irreconhecível - FILIPA CARNEIRO

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Orgulhosamente só no sofrimento
Abraço a dor neste momento
Na ausência vislumbro o luar
Que teima em ficar
Osculando o meu despertar
Do teu encanto...
Desencanto me de mim
Desconhecida essência
Acordada dormência
Do irreconhecível consentir
Dissipo me no desconhecido
Ancoro me no teu âmago
Irreconhecível vagueio
No vento desinquieto
Da quietude leve
Na brisa do teu afecto.

EM - INDELÉVEL - FILIPA CARNEIRO - IN-FINITA

Ah! Se eu pudesse amor - ELÍGIO DE AZEVEDO

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I
Ah! Se eu pudesse amor
O que sinto devo e quero
Se pudesses compreender
Porque tanto te venero!

II
O que sinto é amor profundo
O doce sabor que amarga
Vem da alma lá do fundo
E a voz do poeta embarga!

III
Minha Musa, minha amada
Que me traz tanto argumento
Minha Fada encantada
Não te esqueço um só momento

IV
Muitas vezes chorei rindo
Abraçando a solidão
A mim mesmo mentindo
Enganando o coração!

EM - ESCOLA DE POESIAS - ELÍGIO DE AZEVEDO - CHIADO BOOKS

Reflexão de um idiota em quarentena - CELSO CORDEIRO

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Acatei na maior tranquilidade
o cercear imposto à liberdade
apesar de fundados receios
ciente da própria fragilidade,
refuto as angústias e anseios
e vou mantendo a serenidade.

Já cansado de oportunismos
e jogos de cintura rasteiros
na procura de protagonismo
de tão medíocres politiqueiros;
cansado de idiotas, tantos,
que mais parecem curandeiros
a divulgar constantes bitaites
em tudo quanto é rede social;
cansado de tantos “médicos”
formados em escola nenhuma
e investigadores entendidos
que mal sabem ler o jornal
e querem “botar faladura”
sem dizer coisa nenhuma;
cansado de tanto disparate
de quem só sabe dizer mal
e tudo vira oportunidade
publicada em rede social
em partidarite irracional;
cansado de tanta verborreia
que espero não ficar doente
pois o vírus até já provoca
uma tão imensa diarreia
na mente de tanta gente.

Então e eu que não sou
técnico de coisa nenhuma,
para além de bem falante
sou apenas um leigo errante
e pouco mais que ignorante,
já me perco com a sabedoria
e prosápia de tantos mortais
agora comentadores assíduos
de todas as redes sociais.

Vou continuar ignorante,
mas sereno!

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Sublime - FREDERICO DANTAS VIEIRA

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Fotografia
dos olhares em desencanto.
Do cansaço dos lugares e da apatia
do vazio em que a rotina fez-se pranto.

Foi ali que na hora nebulosa
o tempo procurou respostas
e abraçou a arte de maneira sinuosa
em coito lascivo subvertendo as apostas.

Re-inventado o dia
até o sol se escondeu em repouso.
Ouro dos encontros internos,
preparando suave pouso
nos escombros da vida, sublime vem poesia.

EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA

A Luta - ROBERTA WADNER

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Tempo de lutar
Com o mal
Que insiste em perdurar
Dentro da minha mente
Dizendo que sou diferente
Inferior e inconsequente.

Ela, minha mente,
Me bombardeia
Insistentemente
Luto, reflito, insisto
Que são mentiras
Querendo que eu pare
Fazendo que eu desista
Busco na memória
Algo que me traga esperança
Para não ser vencida
E quando penso bem
Continuo
A luta pela vida

EM - ALMA DESCORTINADA - QUANDO A POESIA GERA CURA - ROBERTA WADNER - IN-FINITA

E de repente... - CELINA BEZERRA

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E de repente, tudo parou...
A humanidade se depara com um vírus inusitado
Nossa vida para sempre, mudou.
Um estranho, um conhecido infectado,
Notícias de um mundo distante.
Um amigo, um parente internado,
A gente reza incessante
Um filho, um amor entubado,
E o medo deste instante.
E de repente, a vida cessou.
Mais um, em ser de luz, transformado.
Tivemos que aprender, que para perto estar,
Precisamos nos afastar.
E é necessário acreditar que tudo vai passar.
Confie no sorriso de uma criança
É lá que mora a esperança
O cinema, agora é a sala de estar.
O restaurante, é na sala de jantar.
A escola, com aula virtual,
Os amigos, num mundo digital
Daqui pra frente nada será igual
Vamos agradecer pelos que ainda temos
Vamos rezar pelos que perdemos
Vamos acreditar que tudo isso vai passar
E que logo, logo vamos nos abraçar!

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Infinitudes - MARLI DIAS RIBEIRO

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Somos infinitamente capazes de fazer o bem!
Complexos, complexas, imperfeito, imperfeitas,
indefinidos, mas divinamente
Criados para o amor.

EM - PARDAS POESIAS: SOBRE SER, FAZER E SENTIR - MARLI DIAS RIBEIRO - IN-FINITA

A tempestade - ANA LANDEIRO

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A tempestade era branda
Não podia adivinhar
O meu mundo é devaneio
Onde é difícil me encontrar

As portas bateram suavemente
Sem qualquer descrição
Os corpos se uniram num instante
Sem a mínima compreensão

As janelas abriram-se descaradamente
As cortinas esvoaçaram sem recear
Os corpos expuseram-se à intempérie
Como serpentes a rastejar

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA

 

Novo Existir - CÉLIA OLIVEIRA

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Diante de tantas intempéries
O Homem indefeso padece
Enxerga a vida por um fio
Na escuridão funda imerge
O mal avança sem trégua
Num total desafio à nossa fidelidade
Ao nosso Pai Eterno
Cristo ressuscitado acerca-nos
Força de luz protege-nos
Do vírus letal que a terra assola
Renovemos nossas atitudes
Mudança exata dos hábitos
Renunciemos ao pecado
Gerador voraz da morte
Sejamos fortes na fé
O amor tudo supera
E dos frágeis sejamos albergues
Os muros da mentira
Precisam ser demolidos
Um novo existir procede
Da sublime renovação
Que a alma engrandece.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Ser Cabo-Verdiano - ARLINDO ANDRADE

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Ser cabo-verdiano
é carregar o mundo
no seu sangue...
falar uma língua
feita de pedaços
de várias outras línguas...
Ser cabo-verdiano
é conviver com o oceano,
encontrar inspiração
no silêncio da natureza,
é ter orgulho da sua terra,
por ela ser capaz de dar a vida,
é ser embaixador da cultura,
preservar a tradição
e, na relação com toda a gente,
cultivar a “morabeza”.

EM - FIRME E HIRTO COMO O POILÃO - ARLINDO ANDRADE - IN-FINITA

Deambulações - TITA TAVARES

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No deambular das sensações
Multiplicam-se mundos
Animados de audácia e de euforia;
Subtraem-se universos de sonhos
Crivados de desilusões.

Tudo falta e tudo sobra
Na multiplicação da subtracção
Da fantasia.

Faltam vulcões de sonhos flamejantes...
Sobram ilusões engolidas
Na voracidade de tufões.

Renovam-se as emoções
No vaguear constante
Do querer incessante
Da imaginação.

EM - O AMOR NÃO TEM SUJEITO - TITA TAVARES - IN-FINITA

Lamento - CELÊNE IVO JUNQUEIRA BACELAR

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Ouve-se um som
Um som de um forte
lamento.
Um lamento
Sufocado
Contido
Sofrido.

Um lamento
uníssono
De apelo ao criador
Em forma de prece
Com muito fervor.
Um lamento
ardente
Pelo fim desse
Tormento
Que ainda não
terminou.

Um lamento de
alerta
Às pessoas que fingem
não saber
Do perigo iminente
Da contaminação
Vivendo sem se
preocupar
Com o inimigo
em ação.

Prezem suas vidas
e as de seus irmãos
Sejam de sangue
ou não.
É um momento
delicado
Período de muito
esforço
Sacrifício
e oração.

O mundo está em
Retalhos
É necessário ser
reconstruído.
Mas sem a contribuição
de parte da negligente
População
Difícil será a
extirpação
Desse temido inimigo
E do mundo a
Reconstrução.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 20 de dezembro de 2020

Companheiro indomável - FRASSINO MACHADO

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“Elegia a Anacleto Pinto”

De antes quebrar que torcer
Com sol ardente ou com frio
Poucos te lograram vencer
Fosse qual fosse o desafio.

Ver-te correr era um regalo
Respeitando o adversário
E de ninguém eras vassalo
Mas por vezes temerário.

Corta-mato, estrada ou pista,
P´ ra ti não havia obstáculo
Mas nesta prova imprevista
Não venceste o triste oráculo.

Privei contigo bem cedo
Demos as mãos com afecto
Lembras-te? Nunca tivemos medo
Ou não fosses o Anacleto...

Treinavas com coração,
Mas de uma forma discreta,
Lutavas como um leão
Pra ser´ s o primeiro na meta.

Tu, companheiro indomável,
Recebe o troféu-liberdade
No pódio olímpico imutável
Desta corrida de saudade!

EM - A MUSA DOS ESTÁDIOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

Fronteira Invisível - CECÍLIA ROGERS

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Invisível
A fronteira
À beira
Do caminho
Que me separa
De ti
A quem
Me vejo
Por inteira
Refletida
No espelho
Colocado
Em tênue linha
Divisória
Demarcatória
De nosso território
De espaços sem fim.
Os mesmos traços
Ancestrais
Os mesmos deuses
Divinais
O que procuro em ti
Que não encontro em mim?
Atravesso
A frágil linha
E ainda sou
Quem tu és.
Invisível
A verdade
Que me separa
De ti
Partes fluidas e unidas
De uma mesma
Identidade.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 19 de dezembro de 2020

Essência - FILIPA CARNEIRO

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Materializo...
Idealizo...
Conceptualizo...
Pos-conceptualizo
Abstraio...
Encontro-me na tua ausência
Desencontro-me no teu encontro...
Lascivamente essencializo no toque tangível do teu
âmago que me captura...
Deslizo...
Dissolvo em emoções desassossegadas...
Da silhueta da minha essência frivolamente
delineada
Teimosamente marcada
Na macula do pensamento...
Dissipa-se no vento...
Permanece o Eu...
A essência...
O momento...

EM - INDELÉVEL - FILIPA CARNEIRO - IN-FINITA

A tempestade Pandémica I - CECÍLIA PESTANA

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E nesta vida por si já tão retalhada
Devastada por tanta maldade,
Pelos ódios, guerras, escravidão,
Pela destruição da Mãe Natureza,
Surge agora de mansinho
A tempestade pandémica
Invisível, mortífera e calada.

A tormenta abateu mundo inteiro
Trazendo à Humanidade
Mais morte, miséria, fome,
Infinitas dores maltratadas
Que nunca mais serão saradas.

Avassalados por tanta agonia
O ser Humano está agora curvado,
Prostrado de joelhos, implora,
Está a pagar por seus pecados.

A tormenta agiganta-se...
Em casa ficámos confinados,
Despimo-nos por momentos
De vaidades, de fedorentos preconceitos,
E nesta vida desastrada e bolorenta
Ficámos mudos, tristes, espantados!

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Mudo - FREDERICO DANTAS VIEIRA

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Há silêncio nas ruas do mundo.
Sim há um mundo silenciado pelo medo.
A incerteza das horas nesse vazio profundo
desse dia que já não amanhece tão cedo.

Há por aí, olhares perdidos de si.
De tão escondidos, hoje estranhos, causam temor
do interior dos mundos internos, os muros
teimam em ruir
e faz cada um enfrentar o que no tempo ignorou.

Hoje o tempo não voa.
Há minutos ociosos clamando atenção.
Hoje não há tempo certo nem em contramão.
O tempo é esse espaço que na mente ecoa.

E um silêncio nas ruas de nós.
Sim há um mundo aqui
amedrontado que não vai desistir.
Um florir em sombras não romantizadas de tantos
anos e nós.

EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA

Contraste - ROBERTA WADNER

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Contraste
Uma pedra, um baseado
Uma música no fundo
Para a alma ser tocada
“Rock” ou “clássica”
Vai depender do seu estado.

Uns viajam mesmo parado
Outros riem mesmo chorando
Olhares parados, porém, distantes.

Alguns felizes saltitantes
Outros choram compulsastes
Todas as emoções no mesmo instante.

Vivendo uma liberdade
Escrava de um vício constante.

EM - ALMA DESCORTINADA - QUANDO A POESIA GERA CURA - ROBERTA WADNER - IN-FINITA

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Novidade - MARLI DIAS RIBEIRO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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O que de novo pode acontecer em uma noite
iluminada de fogos ou estrelas...
Sonho novo, novo tempo de gente solidária,
de paz, de comida no prato, de casa para todos,
educação.
Novo ar de democracia com sorrisos escancarados
e abraços acolhedores.
Voz e vez de liberdade.
Numa felicidade renovada, construída pela ousadia
de abrir-se ao desconhecido, sem medo de acolher
o nascimento do desconhecido de cada dia
Cada segundo é novo ciclo sem fim,
que dá sentindo a vida, novidade de servir ao outro
Para que o seu novo, novidade, nunca deixe
de existir

EM - PARDAS POESIAS: SOBRE SER, FAZER E SENTIR - MARLI DIAS RIBEIRO - IN-FINITA

Anjos - CARMEN LÚCIA DE QUEIROZ PIRES

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Os Anjos existem?
Sim! Foi a resposta que ouvi...
Como serão esses Anjos?

Eu não sabia, não fazia idéia
Até que eles começaram
A aparecer para mim

Chegaram através dos amigos
Das pessoas conhecidas
Das desconhecidas

Tinham o aspecto manso
Generoso, ouvinte, amoroso
Nada de revide ou destrato

Não traziam na sua bagagem
Qualquer cobrança ou ameaça
Chegaram e me sopraram luz

Um sopro de luz, de amor
Através de uma idéia,
De um olhar, de um afeto

Depois voltaram de onde vieram
Sem aviso ou reparo
Como se nada tivessem feito

Foram assim os Anjos
Que entraram no meu caminho
Mudaram a minha rota

Abasteceram-me de luz
Dando novo sentido a minha vida
Repaginando o meu viver!

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Ousadia - ANA LANDEIRO

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Gosto de ter ousadia
A vida é magia
Fugir da tirania
Usufruir o dia

Gosto de sentir a serenidade
Existe muita maldade
Cantar a esperança perdida
Na noite adormecida

Gosto de saltar muros
Passar etapas
Ultrapassar os apuros
Apagar as beatas

Gosto de sentir o pulsar
Caminhar docemente
Sem me abandonar
Abraçar completamente

Gosto de liberdade
Cansei de cativeiro
Aprecio a sanidade
A vista do cruzeiro

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Gastronomia - ARLINDO ANDRADE

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A gastronomia da minha ilha
não é, como se julga,
apenas a cachupa.
É a cachupa, já se vê,
o prato nacional de Cabo Verde,
a cachupa pobre
e a cachupa rica,
a cachupa de carne ou de peixe...
Mas no cardápio
constam também
o caldo de peixe
com banana verde,
a feijoada com toucinho,
a camoca com gemada,
xerém com coco,
papa e tenterem com leite
e massa com “galinha de terra”.
Enfim...
Muitos sabores,
variadíssimos pratos
que fazem de nós
um povo saudável
e resistente!

EM - FIRME E HIRTO COMO O POILÃO - ARLINDO ANDRADE - IN-FINITA

Correm torrentes de vidas da nascente até à foz - TITA TAVARES

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A montante e a jusante,
Suores suados de corpos dolentes
Engrossam com águas escorrentes,
Leitos de fábricas poluentes,
Em constante movimento
Paradas de vida, sem tempo.

Emparedados soluçam
E sucumbem de icterícia,
Entre margens convergentes
De paisagens divergentes,
Papéis e outros documentos
Em ambientes gritantes, asfixiantes.
E morrem de esgotamentos
Muitas rams e roms,
Nos muitos offs e ons.

Sem conta os braços e pernas
Que divididos, partidos
Por inúmeros afluentes,
Bradam às margens, em vão,
Não cedentes,
Suas enormes carências
Que não param de aumentar
O caudal
Do vil metal
Sugado em confluências
A corpos em vidas decadentes.

ESCORREM VIDAS
ENTRE CORRENTES
DA NASCENTE ATÉ À FOZ

EM - O AMOR NÃO TEM SUJEITO - TITA TAVARES - IN-FINITA

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

A velha pista - FRASSINO MACHADO

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“Em memória da extinta pista da Luz”

Quem é que não se lembra desta velha pista,
O berço do excelso Clube sonhador?
Talvez quem nunca lá verteu gotas de suor
E nunca à sua estória ousou fazer revista.

Ali, no nobre palco de horizonte à vista,
Dia a dia, hora a hora, com sublime ardor
Afluíam marés de jovens com valor
Sentindo em si uma energia de conquista.

Ali cresceu um alfobre indómito de atletas,
Ali os mestres treinadores cumpriram metas
Por objectivos fortes, longos e mais altos...

A velha pista desapareceu, e sua história
Deixou um indelével sulco de memória
Numa brava odisseia sempre em sobressaltos.

Noutras pistas meu estro nunca esmoreceu
Mas quero aqui deixar, p´ la musa da vitória,
“Um repto a quem ali chegou, viu e venceu”!

EM - A MUSA DOS ESTÁDIOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

Diz-me - CARLA PIMENTA

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Diz-me que nada foi em vão...
Que as palavras proferidas foram sentidas
Os gestos foram reais
E os olhares falaram verdade...

Diz-me que os silêncios são de saudade
Que as memórias são válidas
O meu abraço ainda procuras
Que o meu perfume te adoça os dias...

Diz-me que ainda me sonhas...
Que na noite fria o meu calor procuras
Que nos teus sonhos eu sou protagonista
E a minha voz te adormece suavemente...

Diz-me que entre os dias que passam
Me procuras nos rostos dos transeuntes
Que nas inquietas ondas do mar que navegas
Me fazes nadar sob a alva espuma do mar...

Diz-me que nada é vão...
Que a chuva que cai sob o meu rosto
Nada mais é que uma carícia tua
Um toque suave de um até já...

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Sageza - FILIPA CARNEIRO

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Renascer no intrínseco natural
Insistido sentir inquieto
Construção nativa amoral
Caminho para a estrela dançante
Numa sustentável leveza andante...
Virgens mentes sages
Desensombradas...
Descavernadas...
Num real desassossego real
Em torno do sol de si
Superando se na superação renascendo na ilusão
Da vivência fugaz
Na sua sageza sagaz...
Encontro me no teu desencontro
Permaneço na quietude feliz...

EM - INDELÉVEL - FILIPA CARNEIRO - IN-FINITA

Amanhã - CARLA FÉLIX

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Não sei a cor do amanhã.
Não sei o perfume da madrugada.
Não sei quando iremos caminhar.
Não sei se quando acordar, as pedras do caminho ainda
existirão...
Não sei se as crianças ainda irão acreditar.
Não sei se irei reencontrar um abrigo.
Não sei se as ruas irão falar.
Não sei se o que já estava perdido se reencontrará...
Não sei se terei mente sã.
Não sei se escreverei na multidão.
Não sei se acredito já no futuro.
Não sei...
Tenho apenas palpitações, desejos e sonhos
Embriagados em fé...

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Eu vi, eu ouvi, eu senti - ELÍGIO DE AZEVEDO

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I
Vi em teus olhos o brilho do amor
Ouvi teus lábios murmurar desejo
Senti teu corpo me pedir calor
Calei-te a boca rubra com meu beijo!

II
Senti teu corpo vibrar colado ao meu
Vi mil estrelas brilhando na amplidão
Brilho do amor que ainda não morreu
E te espera amor em meu coração!

III
Mas não demores vê o tempo voa
Deixando o rastro triste da saudade
Qual canção que a alma agora entoa
Eu vi, eu quero a felicidade!

IV
Não quero noites frias de garoa
Mas te amar por toda a eternidade
O amor querida não é coisa atoa
Pois nascido de nossa amizade!

EM - ESCOLA DE POESIAS - ELÍGIO DE AZEVEDO - CHIADO BOOKS
 

domingo, 13 de dezembro de 2020

Doce Cloroquina - FREDERICO DANTAS VIEIRA

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O mundo quer viver e se previne,
muitos isolados sentindo a novidade.
Cada um agora sua companhia define
e nos vemos diante de novas coletividades.

Há quem insista que é mentira, conspiração.
Determinados a seguir ignorando a realidade
faz fantasia virar verdade
e de olhos vendados, segue em desumana
contramão.

Até o senhor da guerra se acovarda
em sua conhecida megalomania
enquanto os mortos se amontoam.
Do lado de cá, seu discípulo é a favor
da Cloroquina.
Eternos e conhecidos fascistas, que cantos
de genocídio entoam.

O mundo à mercê do amanhã.
Desigualdade social da vida marcada
pelos privilegiados dessa distopia irmã,
descaminhos de uma trajetória desgovernada.

EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA

Amor na quarentena - BRANCA LESCHER

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plantei um limoeiro
limão macho, me disseram,
por anos infértil, acabrunhado,
macambúzio

mas recebeu meu limoeiro
abraços, afagos,
foi durante a quarentena
a família por perto,
as risadas, as conversas

meu limoeiro reagiu
floresceu, seu perfume de jasmim
encantou a família
os limões azedos sempre ignorados
nos adocicaram

os limões viraram geleia
temperaram o frango
são agora picolé
meu limoeiro saiu do armário
é laranja doce, perfumada
o que não faz um afago?

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Estrutura Histórica - ROBERTA WADNER

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Imponente
Quanto mais velha
Mais lembranças
Que testemunha
Do seu valor
Existente
Que deixa um legado
Com fruto
Eminente.

Assim pode ser esse
Monumento
Mas nesse momento
Me refiro
A essa família
Que traz a beleza
A essa imagem
Em cada um dos
Componentes.

EM - ALMA DESCORTINADA - QUANDO A POESIA GERA CURA - ROBERTA WADNER - IN-FINITA

sábado, 12 de dezembro de 2020

Aquarela brasileira em tons de rosa e azul - MARLI DIAS RIBEIRO

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Que cor usaria aquele que não tem opção
de escolha?
O desnudo.
Não existem príncipes e princesas no abandono
das ruas. Nos becos vestem farrapos coloridos
pela sujeira social.
São os sem cores? Não. Meninas ou meninos
invisíveis? Talvez.
Suas roupas tem a cor da ignorância dos que apenas
enxergam rosa-azul-preto-branco...
Que cores usariam se lhes permitissem
uma aquarela de oportunidades?

EM - PARDAS POESIAS: SOBRE SER, FAZER E SENTIR - MARLI DIAS RIBEIRO - IN-FINITA

Entrego-me - ANA LANDEIRO

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Aqui parei na impermanência do devir
No aconchego que está por vir
Na essência da melancolia
No seio da nostalgia
Quero-me bem
Busco o além
As minhas asas conseguem voar
Quando se trata de amar
Entrego-me
Entrego-me sem pudor
Quero sublimar a dor
Entrego-me
Entrego-me a mim docemente
Com calma aparente
A pensar no presente
Entrego-me

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA