domingo, 2 de junho de 2024

Coisa ilimitada - Elizabete Nascimento

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Sou ventania, às vezes, tempestade. 
Desejo, vazio, 
solidão e serenidade. 
Sou presa fácil, adepta a afetos, 
massagens, música, viagens 
e conversas regadas a gargalhadas. 
Às vezes, música alta; 
outras, sinfonia baixinha, 
tocando apenas dentro do peito. 
Sou como quero, inconstância, 
às vezes, introspectiva, ingrata e, 
até mesmo, sem jeito. 
Vivo intensamente tudo, o ódio e o amor. 
Furacão! 
O amor sempre vence, sou generosa comigo! 
Deixo-o ter razão. 
Ando colada na vida e morro de medo da morte. 
Das mortes que não nos carregam, 
que nos mantém vivas, aos montes. 
Sinto que para me entender 
é preciso ser árvore, como diria Manoel de Barros. 
A mim mesma sou indefinição, 
coisa ilimitada. 

EM - GRANADA - ELIZABETE NASCIMENTO - IN-FINITA

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