quarta-feira, 20 de julho de 2022

Mas… - ISABEL BASTOS NUNES

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De ombros nus
Cabelos soltos ao vento
Sorriso franco
Andar gaiato
Sentou-se num dos cafés
Da rua mais estreita de montemartre
No seu rosto sentia-se presente
Um desejo anónimo de estar ausente.
Olhou em volta
Pediu um café.
A voz saiu-lhe rouca
Sensual
O olhar era quente
Quente como aquele dia de Agosto.
Pousou a mão e suavemente
Beberricou o café.
Tudo o que queria
Era ficar em paz
Olhando tranquila
O andar agitado naquele fim de tarde
Saboreando aquela estranha calmia
Pois o dia ali
Costumava ser agitado.
Vi-a mais tarde
Segui-a em silêncio
Ia bela e ferida
Dizia-me o rosto.
Mas…sem precisar de fingir
Era ave perdida
De sofrimento escondido
Num belo e airoso corpo
Que lhe doía por dentro.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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