quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Não, não quero, juro que não - MARIA DO VENTO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Não, não quero, juro que não
Os teus silêncios barulhentos
que gritam surdos violentos
frieza que te habita e domina
que reina de um trono supremo
onde o mesmo a todos submete
a meros vassalos curvos, curvados
mudos no peito contrito ferido

Não, não quero, juro que não
renego esse corpo de pedra
gelado no toque, seco no beijo
Engenhosas batidas, secas
mecânico ritmo, mecânico!
Mas eu sou de carne, viva
Que chora e que sangra
Em silêncio meu grito perdido.

Não, não quero, juro que não
Ser sombra vazia, a calada
E muda aceita esta condição
percorro corredores e cantos
roço paredes de lágrimas secas
de cale a pela branca, a dor
Lívida raiva, que pede justiça
Liberta o ser a quem negas amor!

EM - ECOS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

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