sábado, 15 de janeiro de 2022

Pela luz de teus olhos – FLAVIANE BORGES

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Pela luz de teus olhos eu entreguei a alma de meus desalentos

Balbuciei o amor que chegara apressadamente e não percebi
Entreguei a fome de desejos resguardados, fiz-me pedinte de migalhas
Vi-me despida dos versos e silenciei minhas secas palavras.
 
Chegaste-me como o orvalho de uma manhã ensolarada de verão 
Foste vento de fim de tarde, a tocar a face rosada de minha timidez 
E eu, adormecida nos enleios dos versos que li nos livros, amei-te…
Como quem ama a figura sofrida de um poeta que versa o amor em meias estrofes
 
Contrário ao meu sentimento, que desejou-te por estrofes inteiras
Por versos e rimas perfeitas em cada reticência de teu corpo...amei-te!
 
Pela luz de teus olhos visitei o inferno, por um instante do paraíso 
Fiz morada na vastidão do tempo que durou instantes
Reguei todas as plantas, de todos os jardins, plantei rouxinóis e cactos
Para que cedo viesses tu, sentar-se no verde gramado de minha esperança
 
Sonhei-te por todas as noites, que me fora permitido viver
Vi-te no raiar de cada dia, na agonia de que no brilho lá estarias
Eu me vi, pela luz de teus olhos, mas a vida sem teu amor é como 
um arco-íris que perdeu a cor, e sem cor nem brilho deixa de ser ele mesmo
 
E o deixando de ser, já não é…
Que falta faz o que não existe?
Mas não o meu amor por ti.
Não saberia explicar nem por uma eternidade tal desalento.
 
Pela luz de teus olhos, que verso este poema sentido e mal rimado
Que rasgo o peito em ferida dor, que resmungo estas palavras de melancolia.
Pela luz de teus olhos, que na moldura amarelada contemplo…
Ali, onde guardo-te na serena noite de cada sonho rotineiro 
Até que contigo me encontre, no mesmo jardim por mim plantado
 
No mesmo brilho do sol de verão, numa linda manhã orvalhada
Na mesma estação, no mesmo comboio, no mesmo tempo e destino
na mesma vida, na mesma eternidade.
Para aliviar-me desta dor e saudade…
Que é amar, pela luz de teus olhos.

EM - VERSO & PROSA - COLECTÃNEA - IN-FINITA

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