terça-feira, 13 de agosto de 2019

A paz de uma manhã de inverno - ANTHONY JUSZCZAK PORTES

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Trago o afago das noites em claro,
e dos olhos vermelhos do acordar sem dormir,
respirar cansado de quem não quer desistir, mas,
não tem forças para continuar,
trago meu cheiro cheio de saudades,
meus beijos secos de desamor
trago também meu fogo morto antes de aquecer
e minha melancolia diária em escritas medíocres.
Meu repouso triste e solitário nas tardes de domingo,
e tua carne, em minha é meu maior pesadelo
ter e não poder dar prazer, não ter e querer prazer.
São os sóis que nascem em dezembro que aquecem
o ano inteiro e o fruto da dor que repousa intacta
na grama até o apodrecer.
Os ventos, noturnos, me esfriam o rosto, calam-me
até a hora de andar sobre as cinzas,
o mais pesado e cinza dia, não contempla a beleza
do seu sorriso de despedida,
sabemos mais sobre a morte que o simples prazer
de beijar a boca doce de amor e desejo.
Eu, enganado, como não poderia deixar de ser,
andei para dentro do rio da sua alma,
molhei-me nas tuas incertezas, esfriei-me nas
suas indecisões, e tentei, em vão, te mergulhar
profundamente.
O que me resta depois deste dia, das botas molhadas
e do peito gelado é a certeza de nunca mais entrar
no mesmo rio.
A certeza que almas, rios, sorrisos e o gosto do beijo,
já não são os mesmos depois de abrir os olhos!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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