sábado, 20 de outubro de 2018

Dia dos mortos nas margens do Rio Paraguai - VILMARA BELLO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Celebramos porque somos os vivos, sabe lá até quando.
Não é nosso este comando.
Tudo que fazemos é pelo desejo de um dia sermos
lembrados.
Seja pelo poema criado ou por alguém nos continuando.

Como somos a continuidade dos nossos antepassados.
Igual o semblante da minha mãe
no rosto dos meus irmãos e
em mim se refletindo.

Eles se foram, mas continuam vivos em nós
Em cada célula,
se tornam concreto,
da mente até o feto.
Na carne viva de um sopro que vingou exato.

Certos ou não, passa o tempo e os sonhos vão.
Como o rio que leva as águas além do olhar.
Fluindo gigante, contornando os obstáculos.
Horas raso, horas profundo.
Derramando dias e noites, em silêncio, risca o mundo.

Até encontrar o mar, onde sem medo e sem mistério
encerra sua sina tão peculiar.
Viver é fluir como rio.
Morrer é se expandir como mar.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS II - ANTOLOGIA - IN-FINITA

1 comentário:

  1. Na realidade as obras feitas pelo Homem são notáveis depois da morte.
    Trata-se de sublimar ..." Morrer é se expandir como mar".

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