Da
janela do meu apartamento,
situado
num prédio, numa esquina,
de
quatro ruas, em um cruzamento,
de
lá percebo sombras pequeninas.
Vê-las,
somente com lente de aumento,
como
um bando de larvas, tão franzinas,
quem
sabe,inseto, em busca de alimento,
na
azáfama da festa natalina.
Elas
rejuntam suas chanfraduras,
sem
que possa entrever uma criatura,
na
mancha que escurece o calçamento.
Esta
geléia, sempre se dilui,
na
enorme multidão que logo flui,
sem nada interromper
seu movimento.EM - LIVRO DOS SONETOS, DOS PRIMEIROS AOS PENÚLTIMOS - JOSÉ LUIZ MELO - NOVO ESTILO EDIÇÕES DE AUTOR
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