LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR
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Saio chutando coisas por desejo de
desejo
Saio por aí chutando latas ou ratos
ou cães ou qualquer
Estendo minhas mãos ao infinito
quando escarro
Quando quero servir a esta angústia
que me devora
Numa mesa farta de festa de vila no
dia mesmo de Ação de Graças.
De uma ou duas peças de carne
vermelha, talvez, precise,
Que não seja bem digerida e que me
faça pesar indefinidamente
Quero agora estar tão obeso como
qualquer rei enlouquecido
Gargalhando freneticamente para o
caos que me rodeia
Eu venho de um tempo, eis o mesmo
que se entreolha
E se pergunta em quanto tempo quanto
tempo em qualquer um.
EM - POEMAS ESCUROS - JOÃO AYRES - ARMAZÉM DE QUINQUILHARIAS E UTOPIAS
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