sexta-feira, 8 de setembro de 2017

6 - JOÃO AYRES

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR
Saibam mais do autor neste link

6
Saio chutando coisas por desejo de desejo
Saio por aí chutando latas ou ratos ou cães ou qualquer
Estendo minhas mãos ao infinito quando escarro
Quando quero servir a esta angústia que me devora
Numa mesa farta de festa de vila no dia mesmo de Ação de Graças.

De uma ou duas peças de carne vermelha, talvez, precise,
Que não seja bem digerida e que me faça pesar indefinidamente
Quero agora estar tão obeso como qualquer rei enlouquecido
Gargalhando freneticamente para o caos que me rodeia
Eu venho de um tempo, eis o mesmo que se entreolha

E se pergunta em quanto tempo quanto tempo em qualquer um.

EM - POEMAS ESCUROS - JOÃO AYRES - ARMAZÉM DE QUINQUILHARIAS E UTOPIAS

Sem comentários:

Enviar um comentário