terça-feira, 5 de abril de 2016

Sem perdão - EMANUEL LOMELINO

Mesmo distantes, no tempo e no espaço
Bem vivas, mantém-se as memórias de ti
Entretenho o meu rosto nesse teu regaço
Que só foi meu porque um dia eu parti

Grito ao mundo - Amo-te! - sem embaraço
E quantas mil vezes, de te ter, eu desisti
Fico na saudade de te guardar num abraço
Apenas miragem do corpo que não senti

Vivo na ilusão dum amor; eterno cansaço
Mas não deixei de te amar, tal não permiti
Deste sonho de amor não me desembaraço
Apenas me acuso de um amor que omiti

E por calar um amor sofro de vil solidão

Silêncio covarde que não merece perdão

EM - IMPULSAÇÕES - EMANUEL LOMELINO - CHIADO EDITORA

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