Abrem-se as portas férreas da prisão
para receber Garrett. Olhos enxutos,
nenhum temor lhe agita o coração,
nada lhe tolhe os passos resolutos.
Conhece já a fome, e esse tormento
das horas sem ninguém - o cativeiro.
Só lhe faltava agora a expiação
das grades de silêncio o dia inteiro.
Tudo suporta o seu amor à luta:
a miséria, o exílio, a força bruta
e o fardo de soldado na caserna.
Que nada pode o despotismo duro
quando os homens se erguem contra o muro!
Canta, Poeta, a liberdade eterna.
EM - PARA A DECIFRAÇÃO DO CAOS - MANUEL MADEIRA - LUA DE MARFIM
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