quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Canção - EUGÉNIO DE ANDRADE


Tu eras neve.
Branca neve acariciada.
Lágrima e jasmim
no limiar da madrugada.

Tu eras água.
Água do mar se te beijava.
Alta torre, alma, navio,
adeus que não começa nem acaba.

Eras o fruto
nos meus dedos a tremer.
Podíamos cantar
ou voar, podíamos morrer.

Mas do nome
que maio decorou,
nem a cor
nem o gosto me ficou.

EM - AS PALAVRAS INTERDITAS/ATÈ AMANHÃ - EUGÉNIO DE ANDRADE - ASSÍRIO & ALVIM

1 comentário:

  1. Aprecio toda a Poesia deste autor, como várias vezes expressei. Agradeço este Poema.
    Vou contracenar com outro : Os Amigos
    Os amigos amei/despido de ternura fatigada;/uns iam,outros vinham;/a nenhum perguntava /porque partia,/porque ficava;/
    era pouco o que tinha,/pouco o que dava,/
    mas também só queria/partilhar/a sede de alegria
    -/por mais amarga.

    in Coração Do Dia---edit. Modo de Ler-edits.
    e livreiros limitada

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