terça-feira, 5 de junho de 2012

Leiria - VÍTOR CINTRA


Desdobra-se a teus pés o rio Liz,
As águas murmurantes, no seu pranto,
Relembram que é passado certo encanto
Do tempo em que reinava Dom Dinis.

Cresceste e alindastes-te, Leiria,
E vê-se que pões nisso mui desvelo,
Mas, postos os teus olhos no castelo,
Recordas quem, dali, te viu um dia.

Tu foste dote, paço moradia,
Da tal princesa, vinda de Aragão,
Que foi rainha por obrigação;

Refúgio grato, quase uma abadia,
Da Santa, que a pobreza protegia,
Regaço, quer de rosas, quer de pão.

EM - MEMÓRIA DAS CIDADES - VÍTOR CINTRA - TEMAS ORIGINAIS

1 comentário:

  1. Aprecio a descrição de cidades ou paisagens, e mais no toque de um poema. Leiria está bem narrada,melhor era impossível. Revivo-a como uma cidade de realeza, do nosso Rei Trovador; com o castelo altaneiro como ex-libris, conserva uma luminosidade urbanística, e o rio dá-lhe a frescura capaz de nos sentirmos leves e ilimitados no espaço.É uma das que eu gosto de visitar.

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