Ninfas do Céu, as nuvens vêm do Mar
De encher as fundas ânforas redondas,
E em musicais, em voluptuosas rondas
Seus brandos pés de sonho pisam o ar.
- Quem nos estanca as sedes hediondas? -
Dizem ervas sequinhas, a mirrar,
- Nuvens piedosas, fontes a voar,
Entornai sobre nós as frescas ondas. -
Volvem-lhe as nuvens, cheias de bondade,
Na queda d'água múrmura: - À vontade;
Bebei, inchai as sôfregas raízes. -
Ouvindo esse piedoso, húmido som,
Árvores, ervas, frescas e felizes,
Dizem baixinho: - Ah!... que bom, que bom!...
EM - POESIA - JAIME CORTESÃO - INCM
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