quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Resposta a fala comum - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA

Não, ninguém sabe, talvez
só o corvo que na torre

do relógio mora sempre,
quantos dias são precisos

para esquecer uma noite.
Da amêndoa dessa noite

outra noite há-de brotar
- mais amarga de esquecer

do que essa noite primeira.
A segunda pode em treva

tornar de luz a de origem.
Mas já no branco da lua

vem caminhando no céu
a noite número três.

EM - OBSESSÃO - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA - &ETC

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