LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Há dias em que a vida nos empurra,
ficamos na iminência de cair,
e, de repente, nada nos ampara,
nasce o desejo de fugir.
Confessei às pedras da calçada
toda uma vida amargurada,
que às costas carregava,
já cansada.
Num banco de jardim
acabei por me sentar,
deixei-me estar,
e comigo estive a conversar.
Naquele momento,
ali deixei toda a carga
que antes transportava.
Depois continuei o meu caminho,
à procura do meu ninho.
Tão mais leve estava!
Por vezes é preciso falarmos
com a nossa essência, a nossa alma,
para que o cansaço desapareça
e regressemos à calma.
São palavras trocadas
a cada amanhecer,
experiências partilhadas,
que conquistam a leveza do ser.
Conversas a uma voz
e com as quais
nunca nos sentiremos sós.
EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA
Sem comentários:
Enviar um comentário