quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Semente alada da barriguda - Luanda

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Caroço laranja amarelado
No meio do intenso azul
Semente alada da barriguda
Voando de norte ao sul

Voam, Voa,
Voa sertão adentro
Pensa que não, para
Pensa que não, dentro

No carecer do chão rachado
Faz morada, aposenta suas asas
Bebe a seiva donde não chove de graça
Faz a floresta reviver

Salve Xumas, Krenac, Charles, Mestres negos
Cecílias e outros guardiões da mata
Que cuidam da semente alada
Leve, leve para voar

Repare, se bater um vento, leva.
E assim nasce uma barriguda em outro lugar.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

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