segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

A incógnita - Antero Jerónimo

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Será que te esperava no tempo, que já eras uma premonição?
Um corpo ainda desprovido de forma, mas que eu já pressentia em celebração.
Amei a tua voz, antes de desejar aprender o caminho do teu corpo.
Desse corpo que cuidas como um ritual, onde de modo insano se misturam
o sagrado e o profano.
Do prazer que sentes quando as gotas de água deslizam e acariciam
a tua pele sedosa.
Cada gesto estudado, numa graciosidade tão natural, que incendia
tentadoramente os meus sentidos.
É como se a toalha que seca o teu corpo, fosse guiada por mãos extasiadas,
cobrindo depois o rosto para não denunciar a volúpia dessa expressão ousada.
De ti sei quase tudo, e no entanto vives em mim como misteriosa incógnita.

EM - A ARTE DE POETIZAR - COLETÂNEA (organização de António Alves, sobre telas de António Dias) - IN-FINITA

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