quinta-feira, 4 de abril de 2024

O Degrau do Antônio da Cabana - Maria Cabana

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Pai, te vislumbro na janela do tempo, 
Naquele mesmo degrau sentado. 
Fumando teu vício, o cigarro, 
Queimando entre teus dedos o tempo. 

Pai, tinhas olhar de avelã, 
Toldando a melancolia. 
Num marejar de alegria, 
Ao acordar pela manhã! 

Teus dedos amarelecidos, 
Traziam ternura nos gestos. 
Traziam amor nos afectos. 
Traziam silêncios entristecidos. 

A vida era do tempo de outrora, dura! 
Como era duro o pão de cada dia! 
Como buscar alimento e alegria, 
Para tanta boca da vida futura? 

Pai, o degrau de pedra permanece lá, 
Num misto de orgulho e saudade! 
Nele vislumbro toda a tua verdade! 
O fumo do teu cigarro, sente-se ainda por cá.

EM - A CASA VERDE ESPERANÇA - MARIA CABANA - IN-FINITA

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