quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Eu, poeta - Vilma Machado

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Caminhar, é preciso
mesmo que tateando sonhos em um mundo
a exalar ódio, entre tantas realidades transfiguradas
pelo desejo insano de tantos loucos
a quererem abortar o mundo.
Vigiar o verbo,
enquanto soam doces os sofismas,
rastrear palavras entre as tantas dicotomias,
gritar, onde a palavra já não fala,
onde ecos são perdidos,
onde seres escorrem dores imanentes da mudez inumana.
A que contrapor-se a esta triste realidade,
seja criando asas e voando
para confrontar razões escorregadias
que dançam alucinadas entre estrelas do céu.
A que tirar do abstrato o concreto
palavras esquecidas que ainda me alucinam.
Quero talhar nas almas perdidas a releitura
deste Ser chamado humano,
pois Ser é preciso.
E quando o sermos, quem sabe
tatearemos o limiar do verdadeiro Ser.
E assim, eu, poeta,
possa quem sabe continuar
num acaso, desarrumar o tempo,
reencontrar na brisa que passa
palavras esquecidas numa noite sem estrelas
enquanto decifrava vazios.
E em paz voltar a perscrutar os ventos
em um fio da madrugada
onde em êxtase me envolverá no silêncio das tempestades.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VIII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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