sexta-feira, 7 de julho de 2023

Selvagem - ZEZÉ MATOS

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Não venhas confinar-me
Aos grilhões dos teus medos.
Em teus passos limitados
Em teus planos engessados
Em tua cautela de aparência singela.
Não!
Traga- me o longo pelo
Para que me cubra
A enfrentar invernos.
Canis lupus é essência aprisionada em mim.
Este é o vital devir.
A transformar a cíclica existência.
Não mais aguardarei em salas fúnebres de permanência.
Acomodada pelo grivo da falsa consciência.
Enquanto a alcateia corre livre pelos campos da vida.
Sinto o aroma da liberdade
A exalar em minhas narinas.
Ouço os uivos a chamar-me
Convidando-me às colinas
Não adiarei mais a viagem.
Cingirei meu corpo
Com as vestes da coragem.
Despertar é imperativo.
Sou selvagem.

EM - EXPRESSÃO - COLETÂNEA - IN-FINITA

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