LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Não quero as cobras na manjedoura que me reservaste.
Recuso o teu querer e deambularei na procura de ínsuas
de desejo, fugindo sempre das sedes de deserto grande e mau.
Não, não me atires pedras da calçada, que tanto por nós foi
calcada!
Retorna-me o mundo do teu cheiro inteiro e morde-me a carne
viva onde o sangue lateja e vibra – um dia arrefecerei – à cautela
deixa sempre uma frincha da porta aberta.
Voltarei de madrugada quando me amedrontar com
os fantasmas de todos os outros espaços, residências das caras
pérfidas, duendes e sujos palhaços.
Enquanto neste remanso ainda espero pelo barco de pau envolto
numa imensa espuma de sal!
Planto os pés quase, quase no areal, cemitério dos que se afogaram
neste espaço quando era imenso vau.
Além corre a planície, onde pássaros entontados viajam em voos
rasantes e de relógios avariados com tinos em coitos safados.
Protejo-me com o hálito quente do vento e sem possibilidade
de retornar adormeço sonhando com o barco de pau,
que me recolherá já feito numa grande pedra de sal.
EM - PALAVRAS ESCRITAS, PALAVRAS PINTADAS - ANTÓNIO CAPELLA - IN-FINITA
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