LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
Eu,
Prisioneira dos meus silêncios
Que se prolongam na noite negra
Despertada pelas longas badaladas
Do som grave dos sinos da catedral.
Eu,
Singelas pinceladas de tom ocre
Como um pôr de sol à beira-mar
Emoldurado numa tela vazia,
Pendurada no abstrato pensamento
Que desaparece no desague de uma lágrima.
Eu,
Toda ternura
Embalada no leito do nevoeiro que perdura,
Escondida em cortinas de aço
Traspassada por lanças
Embebidas em veneno de escorpião.
Eu,
Mergulhada em apneia,
Danço no oceano ávido por um gole de vida,
Em pontas, tontas
Nas rimas dos meus poemas
Presa na minha própria teia
Solto letras espertas,
Que se afogam numa numa taça de sidra,
Num ápice sou ludibriada por teoremas
Vendo na feira da ladra, histórias prontas.
EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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