quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

A coisa - MARIA JOÃO NEVES

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Sozinha, sozinha assumo sozinha,
que
não é necessário preencher o espaço com palavras,
que
são sentimentos persecutórios de solidão crónica.
E?
Que parte se posiciona perante o mal?
E?
Que parte reconstrói a vida?
Ser-se integradora da diversidade humana:
Eis a possibilidade do afeto.
Trabalhar em comunidade. Eis a possibilidade do afeto.
Explosão.
Sim, diálogos interiores, ensurdecedor és, és,
Sim, és,
" uma deslocada e estes aqui não gostam de ti".
Irmãos, primas, pais e tio: entre esses alguém foi bombista fascista e ainda disse:
E sim,
Ainda disse: "A pessoa de quem mais gosto é de mim".
Aqui está o início da justificação das perdas.
Como fugir para relações de proteção paternalista
sem nunca procurar uma verdadeira autonomia?
E, sim e,
Por dentro fica o objeto negligenciado.
E por fora?
Sim, por fora a aparência.
Na realidade o sentimento de abandono emocional
é maior que qualquer tarefa a executar.
E sim,
Foi uma perda no caminho afinal alguém era e
Sim, uma doença nas relações de intimidade
e, sim
Sim, no limite o sério risco de,
Sim de,
Sim de,
de, de, de,
de em momentos incapacitantes não ter qualquer apoio afetivo.
E, sim e
a questão para além do mal é qual a posição perante o mal.
E sim, no posicionamento perante a coisa maldita, talvez,
Sim talvez a procura afectuosa da alternativa e,
e sim,
Fim de assunto,
Por agora,
Sim por agora.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VII - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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