Tudo se mantém obscuro no cutelo do poema:
regar o cobre luminoso da raiz dos pássaros
e soldar os passos incertos no enredo da busca,
encenar silenciosamente o destino das carícias
e depois sentir-me capaz de caminhar no incêndio
até desabar "nos mapas derradeiros das viagens"
enfeitado nas tranças oleosas da serpente.
Para seduzir o corpo no esplendor do ventre,
na combustão de mel dos seus próprios vestígios,
nas palavras que "olham os abismos das âncoras",
abro os dedos, solto as borboletas e fecundo a terra.
EM - OFÍCIO - JOÃO RASTEIRO - PORTO EDITORA
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