terça-feira, 18 de janeiro de 2022

À Teresa Carvalho - JOÃO RASTEIRO

Depois do clarão um outro clarão subsiste,
um sopro rasgado em corte abertos
como se dentro dele a sombra do corpo

É preciso arriscar e sair velozmente,
como se um corpo lambendo os cílios maternos
cresça impune junto à respiração
sentindo o hálito de uma serpente branca,
a que só aguarda o ruído aceso da noite.

Algum acaso, alguma leva, impossível de intuir,
e de carícia em carícia o tronco original.

EM - OFÍCIO - JOÃO RASTEIRO - PORTO EDITORA

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