Mãe, vá, vamos ainda viver um pouco?
- Filho, alguém me sussurrou na noite dorida
que tenho de partir com a minha solidão,
entregar o sopro que nos dias estendidos usei,
imagino, então, que irás entristecer como a morte
que não pernoita na indolência da colheita,
dissipar-me-ei no corpo e na luz, tenho de partir,
e como as mães que esmoem a tristeza dos filhos
desprenderei o júbilo dos buracos negros... e
partirei com a nómada alegria dos pássaros.
EM - OFÍCIO - JOÃO RASTEIRO - PORTO EDITORA
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