Eu vi sedas & granadas nas estradas
Arranquei os cravos do não-pecador
Quebrei os vitrais da Grande Queda
e com os cacos fiz aeroplanos
Quis eu a morte digna
A vida intensificada
Disse-me meu coração:
Encerra os livros
Esqueça as escrituras
E ponha-se no caminho
Atravessei tantos mares selvagens
Tantos continentes imaginários
Que me tornei borboleta
Morcego & fera
Com mandíbulas de prata
Corroí as vertigens da lei
Com o fogo da língua
Submeti serpentes encantadas
Os néons não mais me seduzem
São apenas gases nobres em tubos
fabricados
por mão-de-obra miserável
Tudo que é vazio me atrai
É terreno livre
Planície deserta
que espera ser preenchida
E eu tenho sementes
minhas mesmas
germinadas com chuvas interiores
Sei amar minha solidão
Não temer meus ossos expostos
Aprendi a costurar meu próprio joelho
Quando me arrebento
nesses abismos de luz
EM - VERSO & PROSA - COLECTÃNEA - IN-FINITA
Sem comentários:
Enviar um comentário