quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Reportando Aída Curi - JACKMICHEL

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Aída Curi?
Disse a manicure.
Vinha sempre aqui ao salão,
Era uma rosa em botão!
Cuidava das unhas,
Temos testemunhas....
Embelezava os cabelos,
Como fazem as Consuelos
Daqui de Copacabana,
Todo o final de semana.
Gostava de caminhar pela praia,
Olhar a onda que desmaia...
Sentindo o calor do sol,
Na vermelhidão do arrebol,
Por entre a rajada do vento,
De cada momento!
Adorava Samba-canção,
Que cantava com emoção...
Quando era Carnaval,
Ia pular no Municipal...
Sua medida era a alegria,
Quer fosse noite, quer fosse dia.
Rapazes, ela amava todos,
Sem achar que fossem lobos!
Vivia sorrindo para a vida,
Talvez por isso fosse tão querida!
Tudo foi assim,
Até o fim...

Quando meu olhar afoito
Leu o jornal de 14 de julho de 1958:
Jovem é atirada do 12° andar:
Será que queria voar?
Dum edifício na Av. Atlântica,
Uma cena não muito romântica!
Houve tortura com luta intensa,
Que falta de presença!
Os acusados são três deliquentes:
Serão novatos ou reincidentes?
Eis um crime de atentado ao pudor
Que horror!
Ao terminar de ler, chorei
E em voz alta falei:
Aída Jacob Curi,
Se é possível perdure
Ou descanse em paz,
Anjo fugaz!...

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

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