quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Réquiens - GILSA DA ROCHA MAGRI

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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I
Em razão da fraqueza de minhas lentes
pela impossibilidade da consulta anual ao oftalmologista
ouso me colocar na direção de um caminho borgeano
quem sabe meus olhos enxerguem mais poesia
a medida que turvem minhas vistas
Mas não quero escrever neste momento
com esperanças que ele suma das memórias
se não gravado em versos

II
Os efeitos colaterais do vírus que vivem entre nós
nenhuma vacina imunizará
[farinha pouca meu pirão primeiro]
tanta gente perdida em suas várias certezas
feridas pelos seus incontáveis bibelôs e cristais
da vaidade enclausurada
não suportando permanecer no seu Olimpo
edificado sobre prateleiras e cenários
acende o led e vai para o mundo in lives

III
Os espelhos necessários estão nas janelas das almas irmãs
que dividem arenas higtechs entre um alongamento e
outro
nas pistas de dança
balcão de vendas
pistas de vendas
balcão de dança
Mundo vasto de tudo perto
questão de teclas a mágica do encontro
sem fronteiras e sem limites
mentem abraços impossíveis

IV
Olho pela minha janela os pássaros solidários
Ficam
Rondando
Cantando
Suas liberdades não os levam para longe
insistem nos quintais
Não consigo ser grata
contaminada pela inveja de suas asas
desaprendidas.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VI - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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