LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
Seu Alexandre trouxe bode.
O fato do bode, a bem da verdade.
A cabeça, o couro e a carcaça
Guardou para si.
A carne gorda e o filé o patrão levou.
É sempre assim:
"Quem tudo tem,
Quer sempre mais."
Mas na casa do amigo
As vísceras vicejaram:
Alaíde limpou as tripas.
Antônio acendeu as ripas.
Alexandre pôs-se a violar.
A meninada juntou-se ao fogo,
Arranjando batata doce
No calor para assar.
Alho, cebola e coentro.
Tudo misturado aos miúdos,
No bucho foram parar.
No tempo oportuno,
O banquete estava servido:
Risos, brincadeiras, cantoria.
"Naquele dia nada foi em vão."
Fizeram das tripas coração.
EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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