sábado, 10 de julho de 2021

Ser nordestino - VERA LÚCIA PASSOS

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é ser generoso
Divide o rancho, o prato de comida, o pão
Se briga esbraveja e xinga
Ajoelha e pede perdão
Enfrenta seca, a aridez, a Caatinga
Pede ao PAI proteção
Canta a dor no vazio terreiro sob a bênção umbuzeiro
Ao pé do Cruzeiro planta sua fé
É homem forte e trabalhador
Se a chuva não vem, abraça o que tem, segue o estradão
Adeus mandacaru, adeus Juazeiro, adeus Sertão,
Festa de reis, cantoria, procissão, ficam pra trás
Até um dia Terra Natal, rio seco, embornal, galinha,
porco, vaca leiteira no quintal
Saudades dos passarinhos gritando cedinho, dando sinal.
O dia raiou é hora de ir pra roça
O choro toma o corpo, a alma já se lavou
Morreu a semente o barreiro secou
É hora de partir, partido por dentro
O corpo segue o destino, a alma quer ficar aqui.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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