LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
Conheçam a IN-FINITA neste link
Salvar o silêncio da mesa
reta e escura
refletindo ausências
na superfície empoada
Salvar a mudez dos móveis
A exclamação das janelas
a viuvez da porta
o piso órfão.
Fico daqui vendo a noite
se fingir de morta
e a porta torta ranger os dentes
espiando a sala, descuidada
Salvo a mim mesma
do verme ruído
que parasita o instante
saído das gavetas
As coisas nem se arrepiam mais
com a língua do vento
pelos cômodos
As coisas se encolhem
e envelhecem sem serem vistas
E eu acompanho
minha decrepitude
no espelho da mesa.
Um fio alvo do meu cabelo
sela o silêncio.
EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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