domingo, 18 de julho de 2021

Mulheres enluaradas - ISA CORGOSINHO

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No dia que o Sol se escondeu de seu próprio fogo e calor
a Lua se fez presente irradiando de suas crateras refulgente
luz de cristal

As mulheres puderam passear pelo mundo
recobrindo os continentes com suas vestes de peles
os cinco cantos do mundo acalentados
por imensa ciranda de mãos mantras

Mulheres bailaram em conluio
com estrelas e Lua

Nesse dia (anoi) tecido
as mulheres fiaram algodão e nuvens
teceram quasares, constelações

Bordaram relevos rochosos, vales
cantaram os sons inaudíveis dos pássaros

Pintaram formas e volumes
esculpiram, moldaram espécies de flora, fauna extintas

Troncos grossos brotaram
alastraram-se
bichos ínfimos, gigantes
espalharam-se pelo planeta

Lavaram oceanos
filtrados pelos mantos de águas-vivas
olhos vazantes das Iemanjás nuas

A atmosfera planetária recebeu os bafos sincronizados
pulmões de oxigênio arfavam dos peitos provedores de leite e mel

Entre as pernas das mulheres
os fornos produziram pães
sorrisos de bebês
borboletas

Era o dia das mulheres enluaradas
seus versos encarnados curaram os homens
da sede de fogo
da fome de guerra
da loucura da ambição
do destino sangrento de super-homens

Quando a aurora nasceu
mulheres e Lua recolheram-se
em ninhos aconchegantes de corujas e cotovias

Era chegada a hora
infância primeva
o mundo renascia
nas barras douradas do dia!

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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