quarta-feira, 16 de junho de 2021

Sou garimpeira - RITA PINHEIRO

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Estendi minha bandeira no chão rachado
Poeira de sangue
Mãos calejadas...
Os pés já não deixam marcas
As antigas pegadas solitárias.
Sou beato, mulher carpideira
Choro agourento
Orações jogadas ao vento.
Sou o corpo que jazz sem nome
Sem lágrimas, sem procura, sem falta.
Meus ombros marcados
Seu peso eu levo
Carrego a história da resistência
Sou Antônio, Cícero, Lampião
Sou orgulho, sou nação.
Prometo, juro!
Lutarei com minhas armar:
Palavras, textos, poemas
O silêncio não nos cabe.
Estende a bandeira pra que eu pise nela
Deixarei a minha marca
Mesmo que a mensagem não seja dada,
Mesmo que o canto não seja entoado,
Mesmo que o poema não seja recitado
A minha morte, não terá sido em vão.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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