terça-feira, 13 de abril de 2021

À minha mãe menina moça - JANE MACHADO

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Aqui nessa terra seca, árida e sofrida
localizada no sertão da Nossa Bahia
Nasceu a mulher comia pouco carne seca
em sua infância de vida e morte morrida

Na dita terra do feijão faltava o comer todo dia
chupava umbu a rojão quando era época sua
e assim esquecia do barulho, da latumia
que a barriga faminta de menina indicava sua lua

Em comida diferente da que estava acostumada
mas no sertão árido e seco só achava cuca de umbu
pra encher a que com o tanto era sonhada
E quando nada encontrava servia flor de mandacaru

nunca temeu a labuta arar, gradar e plantar a terra
buscava a sobrevivência e ter o que comer
sua vida sempre foi luta todo dia uma guerra
Para seus irmãos nunca faltar comer e beber.

Que outra escola ela teria em sua vida
se não correr, trabalhar e da guerra fugir
o alimento era seu sonho e sua ferida
superou com suor até novos horizontes abrir.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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