LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
01
O povo preto brasileiro
Superlota a carceragem
É uma nova roupagem
Para o velho cativeiro
Invés de navio negreiro
São jaulas em viaturas
Mudaram a estrutura
Mas não fecharam as valas
Os presídios são senzalas
Nunca houve ruptura
02
Se valoriza a brancura
Da pele de quem tem casta
Mas a terrível vergasta
Retalha a pele escura
Cobrando cara a fatura
De quem nunca deveu nada
Se dever paga dobrada
Sem ter direito a defesa
E a culpa da realeza
Foi não foi é perdoada
03
Dormindo pelas calçadas
Expostas a toda sorte
Correndo risco de morte
Famílias são maltratadas
Sem ter direito a morada
Saúde e educação
Lhe falta alimentação
Também não tem previdência
Porquê falta sapiência
A quem comanda a nação
04
Sempre tem retaliação
Ao preto que se levanta
Mas ele se agiganta
Sabendo que tem razão
O tronco da opressão
Tem muita vitalidade
Um turbilhão de maldade
Insiste em os consumir
E o preto a resistir
Com força e dignidade
05
O preto é mais da metade
De toda a população
Mas, poucos deles estão
Numa universidade
A maior disparidade
É no congresso nacional
Por isso o Brasil vai mal
O branco faz lei pro preto
Quando é que o preconceito
Terá portanto um final
EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA
Sem comentários:
Enviar um comentário