terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Abril amordaçado - JOSÉ ALENTADO

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Perdi a conta ao tempo
em que Abril gritou liberdade!
Hoje vejo envergonhado abril de cara tapada
ou por detrás de uma janela,
e não vejo cravos nem armas,
ou gritos de liberdade.
Ouvi um cantar de medo à janela
como já não me lembrava.
Quero o meu abril de volta
e se não forem cravos, que sejam rosas,
quero ver flores de todas as cores,
e alegria nas ruas desta minha cidade amedrontada,
em que dois de mão dada não são bem-vindos...
Quero matar esta loucura e sair em liberdade,
quero gente nas ruas mesmo que não seja abril.
Quero sair e abraçar em canto de esperança,
porque em silêncio abril foi calado e silenciado
depois de tantos anos passados,
sem um tiro ou um grito, a não ser de dor pela morte
que nos leva em silêncio.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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