LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Havia tanta preocupação com o tempo
que o pôr do sol, invisível partia.
Havia tanto vazio na emergência do momento
que nem a rosa sentia que florescia.
Em meio a isso tudo
havia ainda a inutilidade da poesia
e do jeito de amar as coisas, o outro, o mundo.
E haviam canções inúteis para a vida que ía.
Para onde, ninguém sabe
de onde, ninguém podia ver.
Agora o vazio é o que cabe
nesse infinito a se entorpecer.
E eu ainda tenho a inútil poesia no peito
e outros sentem hoje a sua inutilidade
a preencher os cantos desse jeito perfeito
que se desfaz em meio à força pulsante
da liberdade.
Hoje o sol nasceu lindo como antes para mim.
Mas ele brilha mais intenso mundo a fora.
E a poesia, ah, essa nunca foi tão inutilmente
inútil, até que enfim
nessa primavera em pleno outono que dia a dia
aflora.
EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA
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