segunda-feira, 13 de julho de 2020

Onde começou o era uma vez? - JOÃO DORDIO e JOSÉ BAIÃO


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Conheçam a In-Finita neste link

Esta louca paixão... Por onde terá começado
Se neste corpo é tudo tão recente e novidade
E se esta paixão é apenas uma semente de um fruto lançado
À terra árida desta sociedade sempre tão insensível
Que em tudo o que é diferente estranha e torna impossível
Se não tivermos alma, essência e muita proatividade!

Onde terá começado esta história e toda esta fantasia
Se neste corpo é tudo novidade e a primeira vez a acontecer
E se este amor é apenas o rebentar do fruto plantado um dia
Numa sociedade bem longe do meu longínquo imaginário
Onde tudo é diferente, alternativo, irreal e primário,
Mas repleto de alma, essência, típico de quem voltou a nascer...

que alma se refaz originariamente
no limbo de um corpo imaginário?
a seiva que transforma o amor
numa estranha força e numa essência frágil
nasce da fusão de dois corações recentes
à margem do cenário de uma vida que não tem
espaço de fertilidade
nem calor

que luz insensível remexe as sombras
onde a cidade se esconde com vergonha de possuir o amor
e os seus frutos temporários?
não se renasce porque cada vez é sempre a primeira
que nos guiou no espaço irreal da alma

Era uma vez...
Onde começou esse “era uma vez”!
Por uma vez, digam-me!
Por onde terá começado esta louca paixão?
Se neste corpo é tudo aprendizagem e uma forma de pagamento
Se este delírio de letras é também uma horrível ilusão...
Digam-me! Digam-me imediatamente! Não fiquem calados!
Preciso saber! Não gosto de espíritos atormentados!
A minha alma aprende, paga as dívidas e o fim do seu sofrimento...

Mas onde começou o “era uma vez”!

Ouviu-se distintamente a sua voz em desassossego
- uma voz de angústia e sombria –
perguntar pelo começo da história
Em que o corpo submisso a tanto amor,
principiava
enlouquecia de sofrimento
e emergia de um outro corpo cúmplice
A ciência dos homens atormentados e irresolutos
Não conseguia explicar as origens
Desta sua maldição

Ilusão, medo, delírio...
Eram algumas das respostas que filtrara do seu itinerário
Era uma... cedência ao passado

Com as feridas do corpo apagara de vez os vestígios
Dos tempos em que tudo despontara
De uma forma simples e ingénua
na espera de um novo dia por fulgir

EM - DUETOS DORDIANOS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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