sábado, 4 de janeiro de 2020

Preguiça divina - INEZ OLUDÉ DA SILVA

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Se eu fosse a justiça divina

Não condenava a preguiça
Fazia dela um berço
Para o poeta adormecer
Nas horas do anoitecer

Se eu fosse a justiça dos homens
Me dava um tempo pra nada
Me sentava na calçada
Para ver o sol nascer

Se eu fosse poeta parida
Por um astro vagabundo
Sairia pelo mundo
Iluminando o entardecer

Como não sou nada disso
Ilumino este poema
Que fiz para o amanhecer

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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