segunda-feira, 22 de julho de 2019

Deixei - ISABEL BASTOS NUNES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Deixei que as minhas mãos se entrelaçassem nas tuas
E esperei que o teu olhar se virasse para mim com ternura
Como era teu costume à espera do meu consentimento
Como sempre te era esperado e desejado,
Mas a tua mão ficou inerte, como inerte ficou o teu olhar
E nem sequer para mim sorriste, como era habitual.

E então, lembrei-me das nossas risadas, dos pequenos
e subtis encostos
Na cumplicidade de uma rebelde fantasia, enquanto me
afagavas o cabelo, e ríamos por tudo e por nada, numa
ingénua felicidade, ignorando os perigos que nos eram
reservados.

Agora,
Ah! Agora parecemos dois manequins de loja, estáticos
e parados, com os dedos tocando-se ao de leve, sem
nenhuma emoção, completamente gelados como se fora
pelo vento gélido do Norte.

Sei agora o que há tanto tempo me querias dizer e hesitavas
sempre que o querias fazer,
Porquê?
Porquê tanta espera para me dizeres que te ias embora?
Olha,
Quando fores, sai de noite ou de madrugada, quando
eu estiver a dormir, deixa a tua roupa espalhada, o perfume
que tu usas, e o som das tuas gargalhadas... que eu,
Eu vou fingir que não dei por nada.

EM - ENTRE OS POEMAS... AS PALAVRAS - ISABEL BASTOS NUNES - IN-FINITA

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