XIX - MARIA TERESA DIAS FURTADO

Quando o dia se vai apagando, o poeta estuga o passo
Ao encontro dos amigos à mesa de um café.
Estão sentados nos seus pensamentos, falam do futuro,
O poeta sabe que eles são o futuro a que ele
Não vai pertencer. Tem esse forte lume de pressentimento.
Quer estar com os amigos e adoecer junto do Amigo
Que nunca o levará ao hospital. Afinal, todos somos cara e coroa,
Sendo a mesma moeda. Todos amamos,
Mas há um Amor de todos os amores, uma seta de fogo.
No café lêem poemas, planeiam representações...
E o dia apaga-se quando o sonho mal começou.

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