sexta-feira, 24 de maio de 2019

Poema do desalento - IZILDA BICHARA

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Neste dia, um poema.
Um só poema,
que pede para ser escrito,
que pede para ser o grito
das vozes que nunca falam,
dos estômagos vazios,
das crianças sem escola,
daqueles que dormem nas ruas,
daqueles que morrem de frio,
dos que se escondem no medo,
dos que madrugam nas filas,
das mulheres espancadas,
dos inocentes tombados.
Um poema sem futuro
àqueles a quem tanto faz,
já que não têm amanhã.
Nem hoje.
Nem nunca.
Neste dia, um poema.
Só este poema-grito.
Um poema silencioso,
sem rima, sem esperança.
Um poema sem poesia.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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