terça-feira, 21 de maio de 2019

À minha mãe - ISABEL BASTOS NUNES

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Há tanto tempo que não ouço os teus passos
Que não sou abraçada pelos teus braços
E que me sinto na mais negra solidão.
Ficaram desertos, aqueles quartos
Que tu, com tanto carinho decoraste
Cortinas nas janelas, sofás fazendo contrate,
Até um candeeiro azul
Que eu tanto queria tu minha mãe me compraste.
Tinha tanta força tinha a tua vida
E tantas vezes por mim mal entendida,
A culpa não era tua Mãe
Mas sim já da minha rebeldia.
E eu dizia coisas que tu não podias entender
E que tanta força tiveram na nossa vida,
Mas que eu exigia que me compreendesses
Porque também eras artista
E tocavas piano e cantavas como ninguém
E eu adorava ouvir-te minha Mãe.
Talvez agora entendas,
Que o meu sonho de ser poetisa
E do qual tu tanto te zangavas
Porque dizias o que eu devia era estudar
Por fim, se começa a vislumbrar
E eu sei que de onde estás me dás força para continuar
Só me falta o teu abraço... só me falta estares comigo.
Beijos minha Mãe

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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